sábado, 31 de janeiro de 2004

"De nada adianta cercear um coração vazio ou economizar alma..."

Luís Fernando Veríssimo


Pra mim esta parte do Veríssimo já está ótima! Estou indo pra balada. Uns amigos meus estão vindo aqui me buscar, e eu tenho certeza que o pé quebrado (tsc, tsc) não será obstáculo. Só não falarei pro médico, né?



+++ Etecetera

http://www.hablaserio.com.br

Stayin' alive, Bee Gees

sexta-feira, 30 de janeiro de 2004

O que é arte?
Objetivamente, Arte pode ser uma forma direta (ou indireta) de transmissão de emoções. Seria a transfiguração de um sentimento, a sublimação do metafísico.
Todos já ouvimos falar, por exemplo, que o cinema é a sétima arte, mas vocês sabem quais são as outras?
Essa classificação é bastante simples e razoável, podendo até mesmo ser hierarquizada:

Primeira arte >>> Música
Segunda arte >>> Dança
Terceira arte >>> Plástica bidimensional (Desenho/Pintura)
Quarta arte >>> Plástica tridimensional (Escultura)
Quinta arte >>> Teatro
Sexta arte >>> Literatura
Sétima arte >>> Cinema

As quatro primeiras artes são certamente mais antigas. Nasceram com o mundo pré-escrito e já eram materializadas, de alguma forma, pelos animais. A ordem entre a quinta e a sexta arte é ainda controversa. Considera-se o Teatro como mais antiga que a Literatura, justamente por esta estar à mercê da invenção da escrita, por volta de 4.000 anos antes de Cristo. A sétima arte talvez seja a mais fascinante por tentar reunir todas as outras.
Sinceramente, ainda não sei exato se possuo uma preferência sobre este conjunto, que forma a essência de tudo que é do cosmos.
De qualquer maneira, momento cultural, só para tirar o cérebro do formol.



+++ Etecetera

http://www.xr.pro.br/Arte.html

Whole, de Renoir

quinta-feira, 29 de janeiro de 2004

Soneto

Quem diz que Amor é falso ou enganoso,
ligeiro, ingrato, vão, desconhecido,
Sem falta lhe terá bem merecido
Que lhe seja cruel ou rigoroso.

Amor é brando, é doce e é piedoso;
Quem o contrário diz não seja crido:
Seja por cego e apaixonado tido,
E aos homens e inda aos deuses odioso.

Se males faz Amor, em mi se vêem;
Em mim mostrando todo o seu rigor,
Ao mundo quis mostrar quanto podia.

Mas todas suas iras são de amor;
Todos estes seus males são um bem,
Que eu por todo outro bem não trocaria.

Luís de Camões



+++ Etecetera

A insustentável leveza do ser, Milan Kundera

Nocturne op48 nº 01 in C miror, Chopin

quarta-feira, 28 de janeiro de 2004

Crônica do coração

Zé Barnabé era um cara legal, rodeado de amigos e tal. Vivia sempre alegre. Adorava ouvir música, caminhar à Beira-mar, praticar esportes. Também estudava com afinco. Gostava mesmo de saber o que estava fazendo; era um homem que ficava mal em estar por fora dos assuntos do momento. Lia jornal. Todos os dias! Política era sua utopia! Mas o que interessava mesmo era Ritinha. Política era o passatempo, assim como o vinho e o uísque. Ritinha era sua paixão! Faria tudo por ela. O problema é que Zé Barnabé era meio desajeitado. Até era sim meio galã, com ar esnobe e prepotente. Mas ainda assim ele não levava jeito para cavalheiro. Pior mesmo, levava jeito era pra cachaçeiro! Ah...isso era a especialidade. Botequim de quinta, boemia ferrada, cana das boas. Ainda bem que ele era azarado, porque senão até na jogatina o filho-da-puta se dava bem.

- Diga, meu filho, o que acontece?

- Eu sou muito azarado.

- Não seja presunçoso. Tem uma família que te ama, amigos que te querem bem, muita coisa.

- Tinha, tinha.

- Como aconteceu?

- Estava com muitos amigos, conversando, bebendo. Sabe esse negócio de bar e tal. O negócio é prazeroso. Mas o chão desaba...

- Ahhh...entendo! As coisas do coração, não é?

- Pois é!

- Qual era o nome?

- Ritinha era seu nome.

- Isto não é explicável!

- Até que é, mas não consigo. Quando acontece a ira é superior a qualquer sentimento. Incontrolável!

- Pulaste a cerca?

- Pois é! Sem pudor ou escrúpulos! Era a raiva, acho. Mas agora tanto faz!

- Morreste, então?

- É! Pela primeira vez!

- Continue.

- Bom, depois disso achei que não mais conseguiria seguir meus objetivos. Naquele momento desabou tudo!

- Foi bom?

- Descobri mais tarde que não adiantava. Morri pela segunda vez!

- Entendo! Que fizeste, então?

- Lembrei-me de um amigo: quando perderes uma base na vida, recorra às outras. Ainda possuía minha família, meus amigos e meu trabalho.

- Mas não o principal!

- É! Não o que mais queria, mas isso não significa que o resto seja menos importante. Tudo ajudou, mas passei por uns péssimos bocados.

- Melhorou?

- Achei que estivesse melhorando. Mas começei a me apoiar em coisas fúteis, tais como a vida noturna, baladas, bebida. Boemia de verdade.

- Pelo menos esqueceu!

- Sim, mas acabei morrendo! Pela terceira vez!

- De quê?

- Cirrose! Tudo por causa de um amigo que conheci. Ele não me fazia bem.

- Que amigo?

- O Wall Street! Eu adorava ele, mas não me fazia bem. Até nem me sentia mal por estar com ele, todos os dias. Mas fiquei muito sentido quando ele me passou essa rasteira. Claro que não me esqueci dos outros amigos. Também andava com a cevada, o fermentado, o destilado. Mas o malte era meu companheiro inseparável, até que...

- Até que o quê?

- Até que resolvi me reciclar! Parei para pensar em como eu era responsável e minha vida era organizada. Acabei me fortaleçendo com a idéia de que nada é por acaso e que mesmo um coração valente pode sofrer desilusões incompreenssíveis. Na verdade acabei me acostumando com a dor.

- Que bom que você aprendeu a lidar como os problemas. Pelo menos não sofreu mais desilusões!

- Mais ou menos! As pessoas não se contentam em pisar uma nas outras. Preferem esmagar até que saia quase todo o sangue. A vaidade é uma merda mesmo. Nitsche dizia isso. Ele comparava a vaidade à pele dos seres humanos. Os sentimentos podres eram mascarados pela vaidade tal como a pele escondia a fealdade dos nossos órgãos internos.

- O que aconteceu desta vez?

- Acabei morrendo, pela quarta vez!

- Hum...

- Mas não desisti não! Levantei a cabeça e toquei o barco pra frente. Se bem que a esta altura eu já não tinha mais emprego, não queria estudar, não sabia mais com quem falar e muito menos que rumo tomar.

- Deixe-me adivinhar...amigos?

- Também! Meus amigos e minha família me apoiaram nesta nova fase. Eu não entendia direito o que estava acontecendo, por isso mesmo achei melhor fazer o que parecia mais adequado.

- Mas você não fez nada para evitar tudo isso?

- Até tentei, sabe. Até tentei. Mas parece que não surtiu efeito nenhum, embora eu nunca acreditaria nisso. Das poucas vezes que agi com impulso me arrependo somente de não poder me expressar com os olhos. Infelizmente hei de concordar com Nitsche, mais uma vez.

- Mas desta vez você se livrou desta arruaça, ora pois!

- Superficialmente sim! Acabei criando uma certa barreira contra maus fluídos que me deixou inerte à vaidade alheia.

- Tudo bem então, mas como você veio parar aqui?

- Bom, São Pedro, alguns amigos vieram me visitar e fomos juntos a um show lá na minha cidade.

- Tá, e daí?

- Bom, estávamos atrasados para o evento. Todos meus amigos e eu, bebendo cerveja e jogando conversa fora, até que resolvemos entrar no dito cujo.

- E...

- E então que para cortar caminho resolvemos pular uma cerca.

- De novo?

- Pois é! Acabei caindo de mau jeito e quebrei o pé!

- Mas como você veio parar aqui em cima?

- Você se lembra que eu estava com pouco sangue, por causa daquele negócio de vaidade e tal?

- Sim, me lembro!

- Hemorragia externa. Acabei morrendo. Pela quinta vez!

- Não acredito! Agora pelo menos você sossega o facho aqui no céu.

- Felizmente não, meu caro. Ontem mesmo me disseram que eu era um gato e que nada poderia me segurar. E como os gatos têm sete vidas, acho que descerei mais uma vez para aproveitar minhas outras duas.

- É, Zé Barnabé, você é mesmo azarado! Eu só espero não vê-lo de novo tão cedo!

- Se Deus quiser, São Pedro! Se Deus quiser!


Rodrigo Sluminsky




+++ Etecetera

www.releituras.com

Samba da Bêncão, Vinícius de Moraes

terça-feira, 27 de janeiro de 2004

É preciso não esquecer nada

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer o nosso rosto,
o nosso nome, o som da nossa voz, o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos
severos conosco, pois o resto não nos pertence.

Cecília Meireles


Talvez alguém aqui leia a coluna semanal da Martha Medeiros (http://almas.terra.com.br/). Não, não peguei lá esta poesia da Cecília. Simplesmente reconheci certa semelhança entre os dois textos. A interpretação desta obra poética continuará à deriva, eterna, intocável! O texto da Martha é sim mais simples, porém não perde seu mérito. A idéia essencial poderia ser resumida naquele célebre aforismo: "Nada dura para sempre!". O paradoxo é fascinante, como se fossem pular de um precipício e desligar a gravidade ao mesmo tempo! Não podemos de maneira alguma esquecer de nada, principalmente que devemos nos esquecer! Chega a ser patético, não chega?
Viver incansavelmente atrás dos píncaros da vitória e renunciá-los com o triunfo. Para onde então, José?
Não defendo nem Calvino nem Bob Marley! Também não acho que estou sendo morno, digno da anabolia bíblica! Acredito sinceramente no poder do trabalho e do esforço individual como garantias para uma vida decente, mas não sei porque não viver ao mesmo tempo! Ociosidade não é um substantivo difícil de ser detectado, mas o julgamento precoce de situações determinadas pode ser irreversível!
Viver é a melhor saída e, de preferência, sem pensar em como vamos morrer!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2004

Serei ainda mais sincero, queridos!
Se você não está apaixonado e feliz com seu amor, se você está com sono e não tem a mínima idéia do que está lendo ou se você detesta sofrer, não leia esta prosa!
Eu a coloco neste espaço porque me sinto maravilhado deparando quase que diariamente com o sentimentalismo de Vinícius. Amar, amar e amar, sem medo, sem receios!
Idiotas saberão sempre o que são e o que foram, farão nada ou quase nada para mudar o mundo e ainda estarão sempre por cima! Contentam-se com isso, ainda! Sorte de quem está longe!
Prefiro chorar comigo mesmo e ter a certeza que vale a pena!
Ainda mais agora que quebrei a perna - este final de semana - e saí do escritório que trabalhava - semana passada. Terei mais tempo para divagar!
Beijos e abraços et coetera!

Para uma menina com uma flor

Porque você é uma menina com uma flor e tem uma voz que não sai, eu lhe prometo amor eterno, salvo se você bater pino, que aliás você não vai nunca porque você acorda tarde, tem um ar recuado e gosta de brigadeiro: quero dizer, o doce feito com leite condensado.
E porque você é uma menina com uma flor e chorou na estação de Roma porque nossas malas seguiram sozinhas para Paris e você ficou morrendo de pena delas partindo assim no meio de todas aquelas malas estrangeiras. E porque você quando sonha que eu estou passando você para trás, transfere sua d.d.c. para o meu cotidiano e implica comigo o dia inteiro como se eu tivesse culpa de você ser assim tão subliminar. E porque quando você começou a gostar de mim procurava saber por todos os modos com que camisa esporte eu ia sair para fazer mimetismo de amor, se vestindo parecido. E porque você tem um rosto que está sempre num nicho, mesmo quando põe o cabelo para cima, como uma santa moderna, e anda lento, a fala em 33 rotações mas sem ficar chata. E porque você é uma menina com uma flor, eu lhe predigo muitos anos de felicidade, pelo menos até eu ficar velho: mas só quando eu der aquela paradinha marota para olhar para trás, aí você pode se mandar, eu compreendo.
E porque você é uma menina com uma flor e tem um andar de pajem medieval; e porque você quando canta nem um mosquito ouve a sua voz, e você desafina lindo e logo conserta, e às vezes acorda no meio da noite e fica cantando feito uma maluca. E porque você tem um ursinho chamado Nounouse e fala mal de mim para ele, e ele escuta mas não concorda porque é muito meu chapa, e quando você se sente perdida e sozinha no mundo você se deita agarrada com ele e chora feito uma boba fazendo um bico deste tamanho. E porque você é uma menina que não pisca nunca e seus olhos foram feitos na primeira noite da Criação, e você é capaz de ficar me olhando horas. E porque você é uma menina que tem medo de ver a Cara– na-Vidraça, e quando eu olho você muito tempo você vai ficando nervosa até eu dizer que estou brincando. E porque você é uma menina com uma flor e cativou meu coração e adora purê de batata, eu lhe peço que me sagre seu Constante e Fiel Cavalheiro.
E sendo você uma menina com uma flor, eu lhe peço também que nunca mais me deixe sozinho, como nesse último mês em Paris; fica tudo uma rua silenciosa e escura que não vai dar em lugar nenhum; os móveis ficam parados me olhando com pena; é um vazio tão grande que as outras mulheres nem ousam me amar porque dariam tudo para ter um poeta penando assim por elas, a mão no queixo, a perna cruzada triste e aquele olhar que não vê. E porque você é a única menina com uma flor que eu conheço, eu escrevi uma canção tão bonita para você, "Minha namorada", a fim de que, quando eu morrer, você se por acaso não morrer também, fique deitadinha abraçada com Nounouse, cantando sem voz aquele pedaço em que eu digo que você tem de ser a estrela derradeira, minha amiga e companheira, no infinito de nós dois.
E já que você é uma menina com uma flor e eu estou vendo você subir agora – tão purinha entre as marias-sem-vergonha – a ladeira que traz ao nosso chalé, aqui nestas montanhas recortadas pela mão presciente de Guignard; e o meu coração, como quando você me disse que me amava, põe-se a bater cada vez mais depressa. E porque eu me levanto para recolher você no meu abraço, e o mato à nossa volta se faz murmuroso e se enche de vaga-lumes enquanto a noite desce com seus segredos, suas mortes, seus espantos – eu sei, ah, eu sei que o meu amor por você é feito de todos os amores que eu já tive, e você é a filha dileta de todas as mulheres que eu amei; e que todas as mulheres que eu amei, como tristes estátuas ao longo da aléia de um jardim noturno, foram passando você de mão em mão, de mão em mão até mim, cuspindo no seu rosto e enfeitando a sua fronte de grinaldas; foram passando você até mim entre cantos, súplicas e vociferações – porque você é linda, porque você é meiga e sobretudo porque você é uma menina com uma flor.

Vinicius de Moraes

quarta-feira, 14 de janeiro de 2004

Soneto da Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa (me) dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinícius de Moraes


Já me cansei de você, Vinícius!
Para quê exaltar (e de uma forma tão incontestável) a beleza e a necessidade antilógicas do amor para o desenvolvimento da humanidade? Escárnio para conosco, mortais?
Você diz sem pudor que a tristeza é consequência ignóbil da saudade, perfeitamente contornável.
Ah, Vinícius, será mesmo que essa mulher cheia de perdão existe?
Ira, incontrolável ira! Impossibilidade terrena de aceitar o inaceitável!
Soluços e espasmos, e vice-versa!
"Dor (...) De querer quem não vem (...) De viver sem seu bem (...) Que perdoa ninguém (...) Tão triste dor"
Não sei mais porque perco meu tempo com você, Vinícius! Totalmente ininteligível, igual a mim...
Mas Poeta, os adversos se atraem, não os harmônicos! Os afins não, Poeta!
Queria vivê-lo em cada ínfimo ensejo, asseguro-lhe. Simplesmente pelo prazer divino que era sentir a aurora em meu peito, e perceber que havia (ah, e havia mesmo...) a mutualidade.
Nada metafísico perdura mais do que o ridículo, vencido pela descrença e morto pelo descaso.
Não dir-me-ia você, Poeta, tais desatinos no pretérito. Jamais você, Poeta!

terça-feira, 13 de janeiro de 2004

Saudade

"...Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora, mas o amado já...
Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...
Saudade é sentir que existe o que não existe mais...
Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...
Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade: "aquela que nunca amou."
E esse é o maior dos sofrimentos: não ter por quem sentir saudades, passar pela vida e não viver.
O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido..."

Pablo Neruda


Não sei se posso chamar o dia de hoje de atípico, mas normal asseguro-lhes que não foi. Também não sei se saudade é o que mais sinto agora. Não que eu não esteja com saudades...ah, quem não gosta de queijo com goiabada, ou de andar descalço na lama, mas isso não pode ser feito todos os dias, infelizmente.
Hoje, depois de um final de semana também excêntrico, peço licença ao poeta para publicar seus ensinamentos.
Só não entendo esse emaranhado de coisas que vêm à cabeça, desalinhadas e imbecis, incapazes de construírem uma perspectiva a longo prazo. Acho que estou perdendo o chão mais rápido do que meus olhos conseguem ver!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2004

Pálida, a Lua permanece

Pálida, a Lua permanece
No céu que o Sol vai invadir.
Ah, nada interessante esquece.
Saber, pensar - tudo é existir.
Mas pudesse o meu coração
Saber à tona do que eu sou
Que existe sempre a sensação
Ainda quando ela acabou...

Fernando Pessoa


Sempre gostei da lua, mas fico encantado mesmo é quando ela está cheia. Faz-me lembrar de coisas boas, como também me reanima à vida. Não sei ao certo até que ponto ela influencia na vida terrena, mas estou certo que esta influência existe. Ao menos para mim há uma carga sentimental muito grande que transcende àlgum lugar. Fico propriamente mais feliz, mais calmo e até mais compreenssivo. A tristeza certamente é uma consequência, por vezes imbatível, porém a perfeição é mesmo utópica. Contentemo-nos com as migalhas, ou até isso será tirado de nós.
Então, Lua, em sua homenagem, Fernando Pessoa, sábio como sempre!

terça-feira, 6 de janeiro de 2004

Pensamento
Hoje vamos bem de leve, só pra refletir. Isso porque acabo de voltar de uma caminhada na beira-mar, em Floripa, que garanto para vocês ser um ótimo caminho para a auto-sobrevivência, ainda que pareça introspectiva demais. Para quem aprecia o luar, seria tão entusiasmante quanto dormir na praia à la orla do mar!

“Só existem dois dias sobre os quais nada pode se fazer: um deles foi ontem e o outro será o amanhã. Hoje é o melhor dia para sonhar, ousar, produzir e, acima de tudo, acreditar em si mesmo.”

segunda-feira, 5 de janeiro de 2004

Bom, hoje estou iniciando uma viagem sem rumo!
Algo assim incoerente com tudo que sempre quis.
Ultimamente não tenho passado por coisas muito boas. Acontecimentos estes que me fizeram rever valores inflexíveis e imutáveis.
Eu estar aqui, escrevendo hipoteticamente para ninguém, já é um passo importante para meu tratamento sem psicólogos devidamente qualificados.
Whatever, a vida sem reviravoltas não vale a pena!
Boa sorte, para todos!