segunda-feira, 18 de outubro de 2004

Tristeza Mediana

Que triste é, ó lua, o sentido ordinário das coisas
que pela manhã, acorda
que pela tarde, a corda
que pela noite, recorda

Que triste é, ó lua, a preleção dos mais velhos
que ontem, viveu
que hoje, sobrevive
que amanhã, morrerá

Que triste é, ó lua, o discurso apaixonado
que antes, chorava
que agora, assusta
que depois, ironiza

Que triste é, ó lua, a poesia
que fora salvação
que é dúvida
que será relíquia

Ò, minha lua, donde estão os destemores pelo esdrúxulo
que veneram a verdade
que afrontam os desafios
que desmascaram os fatos

Leve-me, por favor, intrépida lua
para onde não roubem meu amor
para onde meu estômago suporte
para onde não desvirtuem o simples ato de chorar

Rodrigo Sluminsky



+++ Etecetera

Tarde em Itapuã, Toquinho e Vinícius de Moraes

Discurso do Método, René Descartes

sábado, 16 de outubro de 2004

Tamanho do Amor

Ofegante e desnorteado,
nasce novamente a luz,
que sem pedir licença,
avigora o coração.

E caviloso,
percebe que o Amor é do tamanho do sonho.

Rodrigo Sluminsky






+++ Etecetera

Le Nozze di Figaro, Wolfgang Amadeus Mozart

Poema em Linha Reta, Fernando Pessoa