terça-feira, 12 de maio de 2009

V

Um último suspiro

Gente delicada
perde pela força

Rodrigo Sluminsky

VI

Se o ditado muda
Muda tudo.
Da forma de verbar
Ao delírio do verbo
Uma letra dói
E um agrupado?
Frenesim
Medo
Nostalgia
Espanto
Amor
Uma só palavra
É samba de pincel.

Rodrigo Sluminsky

III

Retorno às
particularidades

Eu não volto
É uma volta!

Um dia ainda acontece
sabe-se lá, no vôo
ou mesmo na queda

O elogio profícuo
Ou a causa torpe
Não apetecem

Tem os meros
Tem o oblíquo

Gente que se preze
não titubeia no pesar.

Rodrigo Sluminsky

II

telefone sem fio
estribeiras ao ar
são laços perdidos
lançam ao mar
um ar de dúvida
pena que o ar
e o mar, ao sul
não eram nela
uma só felicidade.

Rodrigo Sluminsky

I

Os passos me explicam

todo dia
eu sou.

Ser Correto
Ser Humano
Ser Digno
Ser Leal

nunca
eu não sou.

Rodrigo Sluminsky

domingo, 10 de maio de 2009

Mãe

A ti, uma homenagem póstuma.
Nossa morte anuncia o vácuo.
Das pessoas que não sentem
Daquelas que não se portam.
Passos curtos esquecem o zelo
E a caligrafia, os bons modos.
Tu saberás quem tu criaste
E tu não poderás te esquivar.
O dia que se soma aos demais
Não anuncia o contrário.
Será preciso suprimir o ópio.
Muito trabalho e comiseração
Procedem desse preito.
Se tu queres que tuas crias
Sejam tão dignas, fiéis e belas
Como tu, na qualidade de Mãe
És para teus entes queridos,
Argumente pela realidade.
Ode ao suor e à labuta.
Este país não carece mais
De parlatórios vultuosos.
O que nos falta é mais de ti.

Rodrigo Sluminsky



+++ Etecetera

Nossa mãe, Roberto Carlos