sexta-feira, 5 de novembro de 2004

A Simples Arte de Não-Viver

O mesmo passo
:seco, de todos os dias .
A mesma rua
:cheia, sempre cheia.


E somos tomados pelo vento,
pensando donos do destino,
como se existisse
dono, destino.

E andamos
naquela mesma rua
:seca,
dos passos cheios,

Pensando que essa gente,
quando há, olha pra gente,
como se alguém
olhasse pra gente.

E ainda assim fazemos mais ruas,
mudamos os ventos,
cremos em destino,
olhamos pra gente,


pensando donos da vida,
como se a vida, quando há
e se existisse, tivesse dono
ou olhasse
pra gente.

Rodrigo Sluminsky




+++ Etecetera

Victor Marie Hugo