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Assolador

Acho que a morte  Não é o que assola O que me assola Cogitando melhor É a falta de vida Sequer pretendia Essa consideração É que se anda  Contando passos Evitando sorrisos Nem bem sei  Se é cansaço Preguiça, asco Pouco importa Uma vida vadia Vai que se nota Tem seu espaço O tempo vencido Conversa mole Um marcapasso Coisas desse tipo Transformam a vida No prólogo da morte Mais do que a dor O luto e a memória É a privação do tempo Da vida e das pessoas Da cor e do cheiro do mar Das noites enluaradas Dos dias de sol no inverno Pior do que morrer Digo eu, convicto Apesar do leito da morte É deixar de viver Isso sim é assolador   R.Sluminsky

Interligados

de-longe vêm-nos espaços, abraços abertos, entreatos cobertos, retos e alvos e belos e livres, contêm de-imediato des-pedaçados algo de-aquém infantil, sutil mais-que-além que-lhos mantém acesos, atentos íntimos, ultra inter-ligados   Rodrigo Sluminsky  +++ Etecetera

Lembrança

Resta, então  Acima de tudo  Alguma história  Um rasgo no chão A breve memória  Um passado Uma fotografia Resta ainda, então Apesar de tudo Uma lembrança Do esforço que Não foi em vão. Rodrigo Sluminsky

Amor, de novo

I há tempos venho tentando entender o amor. comecei pela consciência. eu pouco sabia o que era amor. do afeto universal de uma mãe à completa desenvoltura de casais engrandecidos. eu pensava nas pessoas, nas suas necessidades. eu imaginava como atuavam nas situações hipotéticas. eu as sentia vibrar no esmero e na tentativa não aleatória de empatia.  II pouco a pouco retirei paixão da lista de momentos de amor. pensar nisso me dava forças para entender seus sacrifícios e suas recompensas. III amor fraterno era algo natural em mim, embora tolhido ao acaso. quando antes de forma inconsciente deleitava aos prazeres do amor desinteressado, acusava agora a consciência da correlação que naturalmente faço com a admiração. Não desmembrava da mesma caixa amor e reconhecimento. a consciência desta fraternidade distinta de admiração significou para mim o limite do ego e o fim da bajulação. IV desafio maior tem sido receber o amor ágape em todas as suas formas. a...

Permanece

Permanece No ressoar das sílabas  De cada palavra  Nos passos, no tempo Na penumbra Que faz a lua  Um vazio indescupável  Que nem a morte  - um dia viva  Conseguirá aceitar Rodrigo Sluminsky   +++ Etecetera   Soundtrack, 2017 Dirigido por 300ml 

No vazio do oceano

No vazio do oceano Surge o desejo Uma felicidade verdadeira Um loucura possível Um voo mais surreal Um mundo belo e inacabado Destemidos que nascemos No mar do inconformismo Coroados Por amor e paixão Sofridos Por temor e inação Castrados todos os dias, nós somos Rendidos e Substraídos Nas ruas, nossa liberdade Não tem preço nossa voz E para pensar, conceitos E para falar, silêncio Viver exige mais - muito de si Querem mais deles - do que de si Uma postura correta Uma religião herdada Uma sexualidade ereta Uma conduta ilibada No vazio do oceano Ressurge o desejo E queremos todos os mares do mundo Que desapareceram, Que estão E queremos, Que não Uma felicidade verdadeira Um loucura possível Um voo mais surreal Um mundo belo e inacabado Rodrigo Sluminsky