- O garoto tem nome?
- Tive, mas perdi-o com o tempo. Aliás, tinha nome e sobrenome, palavras e consciência. Tive rumo, flores e propósito. Hoje, tenho a mim, e é o que me basta!
- Pode até ser verdade que não traz consigo a aflição pretérita, mas este lugar não lhe espera e não lhe acolhe! Sugiro que desbanque seus culhões e encontre um lugar seguro para sua melancolia.
- Cá estou, cá não quis estar. Simplesmente acompanhei minhas pernas!
- E sugiro também que não ande como se não quisesse chegar a lugar nenhum!
O garoto então, humildemente, levantara-se da banqueta alheia e rumara em direção à porta. Foi encontrado morto dias depois, com pés e mãos congelados, sorriso nos lábios e uma mensagem no peito: cheguei o mais longe que pude, para não ficar parado!
Matou-se, enfim, para deixar na memória dos que ficaram o escárnio pelo apriorismo!
Rodrigo Sluminsky
"(...) não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não sabe para onde está indo, qualquer lugar serve."
William Shakespeare
+++ Etecetera
Matt's Journal (Travelling photos)
Free as a bird, the Beatles
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