Tristeza Mediana
Que triste é, ó lua, o sentido ordinário das coisas
que pela manhã, acorda
que pela tarde, a corda
que pela noite, recorda
Que triste é, ó lua, a preleção dos mais velhos
que ontem, viveu
que hoje, sobrevive
que amanhã, morrerá
Que triste é, ó lua, o discurso apaixonado
que antes, chorava
que agora, assusta
que depois, ironiza
Que triste é, ó lua, a poesia
que fora salvação
que é dúvida
que será relíquia
Ò, minha lua, donde estão os destemores pelo esdrúxulo
que veneram a verdade
que afrontam os desafios
que desmascaram os fatos
Leve-me, por favor, intrépida lua
para onde não roubem meu amor
para onde meu estômago suporte
para onde não desvirtuem o simples ato de chorar
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Tarde em Itapuã, Toquinho e Vinícius de Moraes
Discurso do Método, René Descartes
segunda-feira, 18 de outubro de 2004
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