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Tristeza Mediana

Que triste é, ó lua, o sentido ordinário das coisas
que pela manhã, acorda
que pela tarde, a corda
que pela noite, recorda

Que triste é, ó lua, a preleção dos mais velhos
que ontem, viveu
que hoje, sobrevive
que amanhã, morrerá

Que triste é, ó lua, o discurso apaixonado
que antes, chorava
que agora, assusta
que depois, ironiza

Que triste é, ó lua, a poesia
que fora salvação
que é dúvida
que será relíquia

Ò, minha lua, donde estão os destemores pelo esdrúxulo
que veneram a verdade
que afrontam os desafios
que desmascaram os fatos

Leve-me, por favor, intrépida lua
para onde não roubem meu amor
para onde meu estômago suporte
para onde não desvirtuem o simples ato de chorar

Rodrigo Sluminsky



+++ Etecetera

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