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Stordito Embaralhado

Disse que era o que não é, faz o que não diz e conta o que não fez. Manda onde não pode, fala quando não deve, teme quando encara. Xinga quando é amor, toma quando é sólido e beija sem sabor. Limpa a bunda com o editorial, faz mimetismo de HQ e é viciado em horóscopo. Escreve o que vem na telha, cai num mar de lama e usa poesia para a casa cobrir. Cheira samambaias, joga sementes de arroz para o alto e come pétalas de rosa. Viaja às segundas-feiras e paga a viagem com voador. Roda a bolsinha, rói as unhas do pé e entorta o aro da bicicleta. Bebe álcool de cozinha, cheira baseado e cocaína para o bolo crescer. Fala palavrões, come jerenhoque e serra pinheiros-do-Paraná. Nada borboleta, veste seda e constrói gaiolas. Ri quando se chora, canta quando silencia, breca quando a regra é andar. Caga e anda, anda e caga, urina, e vomita na geladeira. Morre de frio, vive de favor e geme de medo. Dorme de manhã, escreve poesias à tarde e trabalha pela madrugada. Desenvolve a solidão, manda à merda quem lhe cativa e diz que ama sem pudor. Refugia-se do vento, toma banho de chuva na sacada e liga o ar condicionado para esquentar. Pula cirandinha, dança bambo lê e lança corda de pular. Nota máxima no psicotécnico, número um em psicologia e desquitado. Medo de lobo-mau, luz acesa para dormir e vitamina de banana na mamadeira. Ama o que não lhe ama, odeia aquilo que lhe ama e ri quando nada e ninguém lhe convêm. Pula quando é alto, deita quando é fundo e escala quando é horizontal. Nós sempre dizemos a verdade: quem mente é o ego!

Rodrigo Sluminsky



+++ Etecetera

O Senhor das Moscas, Willian Golding

Um estranho no ninho, 1975
(One Flew Over the Cuckoo's Nest)
Direção: Milos Forman
Roteiro: Bo Goldman e Lawrence Hauben, baseado em livro de Ken Kesey
Produção: Michael Douglas e Saul Zaentz
Elenco: Jack Nicholson, Louise Fletcher, Danny DeVito, William Redfield, Michael Berryman

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O que era?

Eu tinha uma dádiva. Se fosse por mim, Nem se continha. Era uma infâmia. Mas nada era Se não percebia. Como uma mácula Uma falta de dor Só se sentia perto Se perto consentia. E era difícil andar ou A graça estremecer. O que era, então? Era o silêncio do não E a desatina canção. Um poço de verdade. Nada do que já existe. Às vezes é só fantasia Quase sempre era. Já não é mais! Agora é a verdade Que de tão séria Vai faltar por lá, na terra da cortesia. Rodrigo Sluminsky +++ Etecetera Insensatez , Vinícius de Moraes e Tom Jobim

Interligados

de-longe vêm-nos espaços, abraços abertos, entreatos cobertos, retos e alvos e belos e livres, contêm de-imediato des-pedaçados algo de-aquém infantil, sutil mais-que-além que-lhos mantém acesos, atentos íntimos, ultra inter-ligados   Rodrigo Sluminsky  +++ Etecetera

Lembrança

Resta, então  Acima de tudo  Alguma história  Um rasgo no chão A breve memória  Um passado Uma fotografia Resta ainda, então Apesar de tudo Uma lembrança Do esforço que Não foi em vão. Rodrigo Sluminsky