Quero logo ouví-la!
Diga-me logo a verdade
sem meias-palavras
sem maçada, sem firula.
Quero tudo o que pensa!
Se é que não pensa em
contar tudo só depois de
veiculado na imprensa.
Nem sei o quanto é difícil
para você e para muitos
utilizarem-se da verdade
para destoar de moribundos.
Nem sei se bem sabem
distinguir a verdade,
de mentir à vida ou de ser
infiel à sinceridade.
Pois lhes digo eu:
a verdade só não é mentira
quando dita por intermédio
do olhar que transmitira
:a verdade, que inexistira,
quando em quaisquer momentos
algum tipo de mentira
burlasse sentimentos
:torna-se mentira,
ainda que sincera
porque omitira
alguma quimera.
A verdade nasce
para ser sempre verdade,
e quando não mais o é,
a verdade morre
e dá lugar não mais
à qualidade de ser,
mas à triste possibilidade
de não mais ser,
como assim não é
:a mentira
ainda que necessária,
como a que transvestira,
com a falsidade
de seus gestos,
e a inverdade
de seus beijos.
A mentira será sempre
uma coleção de objetos
de não-ser, ainda que seja
quase que totalmente verdade.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
A vida como ela é..., Nelson Rodrigues
segunda-feira, 20 de novembro de 2006
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3 comentários:
amei, coração!
amei, amei, amei!
mentiras sinceras não me interessam...
Amo!
beijos
a tua metrica deixa o poema dificil de ler =/
Adoro e leio sempre!
Beijos =)
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