Oxalá, Ser e não pender,
essa consideração íntima
uma verdade repreendida
Na dura vivência de ser.
O desvelo embebedado
pelas engajadas arengas
carentes de contexto.
A necessidade premente
de substabelecer aos céus
O tempo que há-de vir.
O trôpego da concórdia.
Tem o capricho amador
Meu senhor,
Essa inquietude rebelde.
No afã da insensibilidade
Não somos.
Esquecemo-nos, privados.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Inútil Paisagem, Tom Jobim
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Esvaecido
Passa o passo
Sustenta, de lado
Explode na dor
Suporta, sem flor
Um dia, quem sabe
Esquece a verdade
E foge, algures
Sem nem pudores.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Ne Me Quittes Pas, Maria Gadu
Sustenta, de lado
Explode na dor
Suporta, sem flor
Um dia, quem sabe
Esquece a verdade
E foge, algures
Sem nem pudores.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Ne Me Quittes Pas, Maria Gadu
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Lealdade
O sentimento volta à tona
Como quem sabe
Que nunca o deixou.
De lado viu-se tortuoso
O caminho do salto.
Não é sempre que persiste
Um balançar enviesado.
Estar é ser vivo no fato,
Caminhar com lealdade.
Acata-se o mundanismo,
Contém o arquejo e ama.
Resta insalubre e vil
Aquele que não está.
Somos todos humanos,
O casco vaza nos flancos.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Dream Machine, Mark Farina
Como quem sabe
Que nunca o deixou.
De lado viu-se tortuoso
O caminho do salto.
Não é sempre que persiste
Um balançar enviesado.
Estar é ser vivo no fato,
Caminhar com lealdade.
Acata-se o mundanismo,
Contém o arquejo e ama.
Resta insalubre e vil
Aquele que não está.
Somos todos humanos,
O casco vaza nos flancos.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Dream Machine, Mark Farina
terça-feira, 12 de maio de 2009
VI
Se o ditado muda
Muda tudo.
Da forma de verbar
Ao delírio do verbo
Uma letra dói
E um agrupado?
Frenesim
Medo
Nostalgia
Espanto
Amor
Uma só palavra
É samba de pincel.
Rodrigo Sluminsky
Muda tudo.
Da forma de verbar
Ao delírio do verbo
Uma letra dói
E um agrupado?
Frenesim
Medo
Nostalgia
Espanto
Amor
Uma só palavra
É samba de pincel.
Rodrigo Sluminsky
III
Retorno às
particularidades
Eu não volto
É uma volta!
Um dia ainda acontece
sabe-se lá, no vôo
ou mesmo na queda
O elogio profícuo
Ou a causa torpe
Não apetecem
Tem os meros
Tem o oblíquo
Gente que se preze
não titubeia no pesar.
Rodrigo Sluminsky
particularidades
Eu não volto
É uma volta!
Um dia ainda acontece
sabe-se lá, no vôo
ou mesmo na queda
O elogio profícuo
Ou a causa torpe
Não apetecem
Tem os meros
Tem o oblíquo
Gente que se preze
não titubeia no pesar.
Rodrigo Sluminsky
II
telefone sem fio
estribeiras ao ar
são laços perdidos
lançam ao mar
um ar de dúvida
pena que o ar
e o mar, ao sul
não eram nela
uma só felicidade.
Rodrigo Sluminsky
estribeiras ao ar
são laços perdidos
lançam ao mar
um ar de dúvida
pena que o ar
e o mar, ao sul
não eram nela
uma só felicidade.
Rodrigo Sluminsky
I
Os passos me explicam
todo dia
eu sou.
Ser Correto
Ser Humano
Ser Digno
Ser Leal
nunca
eu não sou.
Rodrigo Sluminsky
todo dia
eu sou.
Ser Correto
Ser Humano
Ser Digno
Ser Leal
nunca
eu não sou.
Rodrigo Sluminsky
domingo, 10 de maio de 2009
Mãe
A ti, uma homenagem póstuma.
Nossa morte anuncia o vácuo.
Das pessoas que não sentem
Daquelas que não se portam.
Passos curtos esquecem o zelo
E a caligrafia, os bons modos.
Tu saberás quem tu criaste
E tu não poderás te esquivar.
O dia que se soma aos demais
Não anuncia o contrário.
Será preciso suprimir o ópio.
Muito trabalho e comiseração
Procedem desse preito.
Se tu queres que tuas crias
Sejam tão dignas, fiéis e belas
Como tu, na qualidade de Mãe
És para teus entes queridos,
Argumente pela realidade.
Ode ao suor e à labuta.
Este país não carece mais
De parlatórios vultuosos.
O que nos falta é mais de ti.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Nossa mãe, Roberto Carlos
Nossa morte anuncia o vácuo.
Das pessoas que não sentem
Daquelas que não se portam.
Passos curtos esquecem o zelo
E a caligrafia, os bons modos.
Tu saberás quem tu criaste
E tu não poderás te esquivar.
O dia que se soma aos demais
Não anuncia o contrário.
Será preciso suprimir o ópio.
Muito trabalho e comiseração
Procedem desse preito.
Se tu queres que tuas crias
Sejam tão dignas, fiéis e belas
Como tu, na qualidade de Mãe
És para teus entes queridos,
Argumente pela realidade.
Ode ao suor e à labuta.
Este país não carece mais
De parlatórios vultuosos.
O que nos falta é mais de ti.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Nossa mãe, Roberto Carlos
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Reflexão
Quem vê o fato pensa no ato?
E quem de fato vê o fato?
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Ela fugiu (Racional), Tim Maia
E quem de fato vê o fato?
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Ela fugiu (Racional), Tim Maia
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Ousadia
Hoje é um dia triste!
Dia em que perdi a poesia.
Já não expresso bem o que sinto
Tampouco sinto tudo o que quero.
Quando caminho, o ar fica rarefeito.
E ao dormir, o sono desaparece.
Desejo coisas que não quero,
Quero outras que não preciso.
A saudade insiste em urgir
– mas meus gritos são mudos.
Todo passeio que pretendo
Ou as imagens que vislumbro
Não vejo cores – o nada é tudo!
E ao curvar-me a mim
Ao tornar-me realidade
Sinto que a poesia não me falta
O que me falta é ousadia
De continuar a querer ser
Aquilo que o mundo já não é.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Society, Eddie Vedder
Dia em que perdi a poesia.
Já não expresso bem o que sinto
Tampouco sinto tudo o que quero.
Quando caminho, o ar fica rarefeito.
E ao dormir, o sono desaparece.
Desejo coisas que não quero,
Quero outras que não preciso.
A saudade insiste em urgir
– mas meus gritos são mudos.
Todo passeio que pretendo
Ou as imagens que vislumbro
Não vejo cores – o nada é tudo!
E ao curvar-me a mim
Ao tornar-me realidade
Sinto que a poesia não me falta
O que me falta é ousadia
De continuar a querer ser
Aquilo que o mundo já não é.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Society, Eddie Vedder
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