domingo, 6 de agosto de 2006

Desnecessário (melhor não!)

Ainda que te diga,
que passe horas a fio
explicando o sublime,
como entenderás?

Ainda que entendas,
querida, mesmo que
saibas minha contemplação,
de que modo respeitarás?

E ainda que respeites
e entendas o motivo
da minha razão,
razão do meu viver,

mesmo que saibas
em minúcias o que
hei de contar,
por que diachos escutar?

Tu és dona de ti,
dona da passarela.
Fazes o que sabes melhor
- e sabes muito.

Sei que há um porquê
por detrás dessa tua
dúvida fulgás,

mas não me peças para te dizer
o que não queres ouvir
ou não tens como suportar.

Rodrigo Sluminsky



+++ Etecetera


O amante, Marguerite Duras.

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