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Mostrando postagens de janeiro, 2007

Liberdade

Vez por outra nos percebemos inseguros, tristes em não poder mudar um passado desastrado, paralisados em mente e alma e imersos numa devassidão permanente. Consideramo-nos parte de um lixo fétido e podre, incapazes de impedir sobrestar o ritmo espontâneo de desenvolvimento das habilidades mentais do ser humano. Sim, somos a multiplicação de conceitos e aforismos desassociados da realidade romântica criada por nossos antepassados e por nós aniquilada, como nuvem cósmica. Somos também desavergonhados e feios, quando nem nossa reputação poupamos de enxovalhos desproporcionais à veracidade outrora substancial, não exatamente agora. Sobretudo, somos mesquinhos e ignorantes em tratarmos o que de fato existe numa ilusão constante e preponderante, sem dar azo à verdade substancial que não nos rodeia. Tratamos como bom aquilo que nos apetece e como mau aquilo que nos ojeriza, ao passo que não nos acontece saber o que agrada a quem não nos conhece, ou quem não sabemos. Delimitamos nosso pensar p...

Sensação

Resta acima de tudo essa sensação de ternura essa sincera compaixão esse carinho interminável vindos de dentro, do fundo oriundo da mistura de nós e de você, de quando nos temos ou até quando não nos vemos uma ternura interminável um carinho inestimável uma compaixão indelével que desvira sensação quando deixa a compaixão e explode de carinho - todo carinho restante e bastante - posto num único momento. Rodrigo Sluminsky +++ Etecetera O Haver , Vinícius de Moraes

Queria muito dizer

Queria muito dizer, que a vida não é triste não! Vai de lado, vira curva, segue repleta de emoção. Queria muito dizer, que nada é maçada! Chora e pia - espia ela fugindo pela estrada. Queria muito dizer que em meu ser tudo está fadado a ser amado, um resultado, um ser contabilizado. Queria muito dizer que por prazer quero tudo ao meu lado, sincronizado, um bem não pardo, deveras sensibilizado. Queria muito dizer que por amor faço tudo sem pudor e por temor não faço nada. Queria muito dizer que com você, faço tudo por querer e sem lhe ter não faço nada. Queria muito dizer que nessa vida não há padrão, só o tesão de ser vivida. Queria muito dizer sem precisar dizer que amo muito, e amiúde, percebo. Rodrigo Sluminsky +++ Etecetera Is it a crime , Sade

Viver poesia...

Viver poesia é nadar no mar despido é comemorar amigo é silenciar consigo. O poeta se alimenta de poesia, numa adorável fantasia d'ela querer, hoje e todo dia, seu conselho matinal. Poderiam todos os velhacos serem trocados por belas e formosas poetisas, de amar nesse mar de contemplação. Enquanto a hora não chega mantemo-nos fiel à poesia fruto desse afeto múltiplo dado por nós, em cortesia. Rodrigo Sluminsky +++ Etecetera O Poeta , Vinícius de Moraes

Predileção tácita

Assim como uma alma penada caminhamos por corações alheios, nesta longa estrada de infindáveis sensações. Tal como beijamos meretrizes também amamos e afagamos fadas, que por nossas raízes seriam nossas mães, amadas. Nosso dever pode ser suturar restos de corações, petrificados por lágrimas de incompreensão ou pode ser sentir e aniquilar páginas e páginas de um romance que nunca devia ter existido. Rodrigo Sluminsky +++ Etecetera "You've got such a pretty smile It's a shame the things you hide behind it Let 'em go, give it up, for a while Let 'em free and we will both go find it" I know , Jude

Soneto de Perdição

Onde estão, Senhores onde estão os Amores de amar e se dar de ver a terra rodar? Onde estão, Profetas todos os Poetas que me fazem sonhar de novo m'apaixonar? Será que partiram todos à perdição de não mais amar? Será mesmo que partiram em cacos, meu coração espatifado no ar? Rodrigo Sluminsky +++ Etecetera Amor de Perdição , Camilo Castelo Branco (1825-1890)

Libertação

Não precisa mais almejado! Próprio por quisto, sozinho por querido, perder seus dias em não pensar mais nisto. Aos que a graça seja, desgraça se construa. Aos que a soberba possua, conceba-lhes a morte. E de tudo o mais, que não conduza, para sua própria liberdade, sê inteiro, daquilo tudo que lhe traduza, e não mais despreze sua identidade. Rodrigo Sluminsky +++ Etecetera Quero ignorado , Fernando Pessoa O mundo é um moinho , Cartola

Solidão pretérita

Recolho-me à minha insuportável bolha de não amar a todos, ou de não amar, para celebrar o estado perfeito da magnificência perante tudo. As nuvens no céu, parcas e lotadas, carregam todas as máculas pretéritas :somos de novo deuses e magos e mestres, autônomos de um presente, que não mais será! E dentro de tão linda (e hermética!) bolha, tenho comigo todos os sonhos do mundo, os quais terei a árdua labuta de decifrá-los e colocá-los presente. Serão (serei?) de novo um conjugado de idéias esparsas, de caráter epistemológico? Ou seremos tudo e todos - e nós, convosco, um só aglomerado de infindáveis sensações? O passado foi e se mostrou inócuo, carente de realizações consistentes; resta-me um futuro que não existe e um presente que é meu, só meu! Rodrigo Sluminsky +++ Etecetera Eu te amo , Chico Buarque e Daniela Mercury (1993)

Um nada romântico

Ânimos exaltados, inanimados voltas retangulares, milhares voltas sensações de exaspero singular. Estou de novo limpo, como quem acordou amanhã, ou visitou os avós no interior. De novo me quero bem, como quem se cerca por protetor solar, ou quando começa a amar, paixão efêmera de alguém. Sinto-me expressamente cuspido do limbo renovado, com pudor adorado olhar distante, prudente, enviesado amante novamente de coisas tolas ou consistentes ou sinceras, para que possam também amar e querer bem mesmo que não tenham ninguém para amar e saturar de beijos atemporais e carinhos anormais, justamente agora. Expelido pela culatra, numa mistura de sobras e cistos que determinam a vida como uma ordem que maltrata o elo entre corações pedintes de si e sós por eles mesmos, acabo por ser esse fétido engodo desproporcional à dilatação espacial forçadamente colocada em banho-maria, à margem. Mas, quem será que tem tempo de poder querer escolher carinhos e beijos e lágrima e sensações a toda hora? Rodrig...