sexta-feira, 5 de janeiro de 2007

Solidão pretérita

Recolho-me à minha insuportável bolha
de não amar a todos, ou de não amar,
para celebrar o estado perfeito
da magnificência perante tudo.

As nuvens no céu, parcas e lotadas,
carregam todas as máculas pretéritas
:somos de novo deuses e magos e mestres,
autônomos de um presente, que não mais será!

E dentro de tão linda (e hermética!) bolha,
tenho comigo todos os sonhos do mundo,
os quais terei a árdua labuta
de decifrá-los e colocá-los presente.

Serão (serei?) de novo um conjugado
de idéias esparsas, de caráter epistemológico?
Ou seremos tudo e todos - e nós, convosco,
um só aglomerado de infindáveis sensações?

O passado foi e se mostrou inócuo,
carente de realizações consistentes;
resta-me um futuro que não existe
e um presente que é meu, só meu!

Rodrigo Sluminsky



+++ Etecetera

Eu te amo, Chico Buarque e Daniela Mercury (1993)

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