Chove lá fora
aqui dentro
estou lá fora
em pensamento
meu agora
é um tormento
que revigora
a sensação.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
My Culture, Robbie Williams e One Giant Leap
sexta-feira, 31 de agosto de 2007
terça-feira, 28 de agosto de 2007
A situação é complicada!
A situação é complicada.
Se dois passos avanço,
saio de novo da estrada.
Se parado eu fico,
eu não alcanço a parada.
A situação é complicada.
A oposição é malcriada.
Se dois passos avanço,
saio de novo da estrada.
Se parado eu fico,
perco o fio da meada.
A situação é complicada.
A oposição é dedicada.
Se parado eu fico,
acabo de mãos atadas.
Se dois passos avanço,
é a vida desenfreada.
A situação é complicada.
A estrada esburacada.
A oposição alienada.
A vida empacotada!
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Prelude in A minor, Baden Powell
Se dois passos avanço,
saio de novo da estrada.
Se parado eu fico,
eu não alcanço a parada.
A situação é complicada.
A oposição é malcriada.
Se dois passos avanço,
saio de novo da estrada.
Se parado eu fico,
perco o fio da meada.
A situação é complicada.
A oposição é dedicada.
Se parado eu fico,
acabo de mãos atadas.
Se dois passos avanço,
é a vida desenfreada.
A situação é complicada.
A estrada esburacada.
A oposição alienada.
A vida empacotada!
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Prelude in A minor, Baden Powell
domingo, 26 de agosto de 2007
Prudência
Dizem que somos feios, crasos
que não respeitamos valores!
Dizem que entregamos flores
porque as roubamos dos vasos.
Dizem que temos princípios rasos
e que não tivemos tutores...
Dizem que os nossos amores
são lotes de corações dissimulados.
E se o que dizem eles é verdade
nessa mistura de afagos e malícia
estamos no caminho da felicidade
uma vida amante e sem carência
deixando uma legião de saudade
padecer nos braços da prudência.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
http://poesia-de-sete.blogspot.com/
que não respeitamos valores!
Dizem que entregamos flores
porque as roubamos dos vasos.
Dizem que temos princípios rasos
e que não tivemos tutores...
Dizem que os nossos amores
são lotes de corações dissimulados.
E se o que dizem eles é verdade
nessa mistura de afagos e malícia
estamos no caminho da felicidade
uma vida amante e sem carência
deixando uma legião de saudade
padecer nos braços da prudência.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
http://poesia-de-sete.blogspot.com/
sábado, 25 de agosto de 2007
Cansado!
Cansei de mim
quero poder
se não me deixas
eu pulo!
Agora sou eu
eu comando
quero a maioria
mas, e o botão?
Avante!
no sabão em pó
é liso, é neutro
espero, quero
sou agora o bis
apedrejado
se não me quis
eu não tolero
e não te quero
és um bobão!
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Close to me, the Cure
quero poder
se não me deixas
eu pulo!
Agora sou eu
eu comando
quero a maioria
mas, e o botão?
Avante!
no sabão em pó
é liso, é neutro
espero, quero
sou agora o bis
apedrejado
se não me quis
eu não tolero
e não te quero
és um bobão!
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Close to me, the Cure
quinta-feira, 23 de agosto de 2007
Simplicidade
Eu só queria um espaço
muito bem delimitado
para olhar e apreciar
detalhes sobre o chão.
Queria ver pingar a'gua
d'onde caem as goteiras
eu queria das roseiras
um espinho e um botão.
E das matas ciliares
queria pedras e cipós
para atar todos os nós
que contêm a emoção.
Mas não h'aste regular
com tamanha lealdade
fujo logo da beldade
quer a rosa? tá na mão!
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
"As coisas não se submetem à nossa vestidura."
Trecho de "O Homem e as Coisas", de Carlos Nejar
muito bem delimitado
para olhar e apreciar
detalhes sobre o chão.
Queria ver pingar a'gua
d'onde caem as goteiras
eu queria das roseiras
um espinho e um botão.
E das matas ciliares
queria pedras e cipós
para atar todos os nós
que contêm a emoção.
Mas não h'aste regular
com tamanha lealdade
fujo logo da beldade
quer a rosa? tá na mão!
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
"As coisas não se submetem à nossa vestidura."
Trecho de "O Homem e as Coisas", de Carlos Nejar
sábado, 18 de agosto de 2007
Enquanto você fala...
Enquanto você fala
a poesia não acaba
de fazer acontecer
a força da palavra
em cada amanhecer
a cada nova estrada.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
"É romance, é odisséia, é poema, é epopéia, é sátira, é apocalipse."
Rachel de Queiroz
a poesia não acaba
de fazer acontecer
a força da palavra
em cada amanhecer
a cada nova estrada.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
"É romance, é odisséia, é poema, é epopéia, é sátira, é apocalipse."
Rachel de Queiroz
sexta-feira, 17 de agosto de 2007
O Pino
Sou agora um pino,
que por ser o que é,
desafina totalmente
da poesia vigorante.
Sirvo para machucar
as superfícies alheias,
presionar, furar e até
no seu inverso cravar.
Sou esse misto de ira
e teimosia rabugenta,
de pensar debilitado e
que sangra até sofrer.
Não resta mais forças
para manter a honra,
sou agora só um pino,
que assola sem pesar.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Sinfonia nº 29 em Lá maior K.201/186a (1774), Wolfang Amadeus Mozart
que por ser o que é,
desafina totalmente
da poesia vigorante.
Sirvo para machucar
as superfícies alheias,
presionar, furar e até
no seu inverso cravar.
Sou esse misto de ira
e teimosia rabugenta,
de pensar debilitado e
que sangra até sofrer.
Não resta mais forças
para manter a honra,
sou agora só um pino,
que assola sem pesar.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Sinfonia nº 29 em Lá maior K.201/186a (1774), Wolfang Amadeus Mozart
terça-feira, 14 de agosto de 2007
Sempre, para sempre
Talvez
eu simplesmente
não queira ver
o que foi que você fez
com aquilo que deixei.
Talvez
eu solenemente
não possa suportar
fixar o meu olhar
nos lábios que beijei.
Talvez
eu eternamente
não queira ouvir
palavras de partir
e sentir que já amei.
Eu só quero é voar
cantarolar ao seu olhar
e nos lábios que deixei
beijar até cansar
ouvir que já amei
porque eu sempre te amarei
e pra sempre vou te amar.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Live forever, Coldplay
eu simplesmente
não queira ver
o que foi que você fez
com aquilo que deixei.
Talvez
eu solenemente
não possa suportar
fixar o meu olhar
nos lábios que beijei.
Talvez
eu eternamente
não queira ouvir
palavras de partir
e sentir que já amei.
Eu só quero é voar
cantarolar ao seu olhar
e nos lábios que deixei
beijar até cansar
ouvir que já amei
porque eu sempre te amarei
e pra sempre vou te amar.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Live forever, Coldplay
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Existencialismo
Um bosque cheio de pregos enferrujados
pisou no calo da senhora desfigurada.
Quantos quilos tinha o passarinho azul?
Só se noticiava a falta de ervilhas para
fabricar o combustível das locomotivas.
Como saber se faltavam lápis de cor se à
mesa juntaram-se o príncipe e a baronesa?
Realmente, o mar estava ficando sólido.
Desde que a esfinge saiu correndo no atol
os deuses nunca mais compraram meias.
Parece algo democrático, mas sem cabelo.
Outro dia o ciático entrou de férias e saiu
para conversar com a formiga analógica.
Veja só você, que estuda a morfologia do
estrume, conversando com a natureza.
O que alicerce faz neste lado?, perguntou.
A resposta foi ao cinema comer pipoca,
mas os celulares estavam alienados.
Depois, a cultura existencialista aderiu ao
momento de contingenciamento do nada.
Tudo estava cada momento mais escasso
que não se via o deserto nas poeiras lunares.
Sonhos não falavam, o medo era colorido,
as abelhas pararam de costurar petróleo...
Acho que era por causa de seu chapéu côco.
No final das letras, a população de Sidarta
não pôde conhecer a soma das dúvidas.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Walking Life (EUA, 2001)
Direção: Richard Linklater
pisou no calo da senhora desfigurada.
Quantos quilos tinha o passarinho azul?
Só se noticiava a falta de ervilhas para
fabricar o combustível das locomotivas.
Como saber se faltavam lápis de cor se à
mesa juntaram-se o príncipe e a baronesa?
Realmente, o mar estava ficando sólido.
Desde que a esfinge saiu correndo no atol
os deuses nunca mais compraram meias.
Parece algo democrático, mas sem cabelo.
Outro dia o ciático entrou de férias e saiu
para conversar com a formiga analógica.
Veja só você, que estuda a morfologia do
estrume, conversando com a natureza.
O que alicerce faz neste lado?, perguntou.
A resposta foi ao cinema comer pipoca,
mas os celulares estavam alienados.
Depois, a cultura existencialista aderiu ao
momento de contingenciamento do nada.
Tudo estava cada momento mais escasso
que não se via o deserto nas poeiras lunares.
Sonhos não falavam, o medo era colorido,
as abelhas pararam de costurar petróleo...
Acho que era por causa de seu chapéu côco.
No final das letras, a população de Sidarta
não pôde conhecer a soma das dúvidas.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Walking Life (EUA, 2001)
Direção: Richard Linklater
domingo, 12 de agosto de 2007
No lugar comum
No lugar comum as pessoas
voltam pra casa, os carros
pegam a estrada, as crianças
brincam na calçada.
O vento sopra diferente,
no lugar comum.
Tem dia que não é quente,
na madrugada há pouca gente,
as paredes das casas são alvas.
O lugar comum é onde
tem pássaro e mar todo dia,
o relógio bate ao meio-dia,
a moça negra faz café,
numa espécie de mimetismo.
As pessoas têm duas pernas
e podem chegar aonde querem.
Aqui não se chega acolá,
já no lugar comum há
sempre lugares para ir,
belas histórias para ouvir,
coisas novas para ver.
As pessoas se percebem,
entretidas umas nas outras
:algo de si nelas mesmas.
Porque no lugar comum
tem muita coisa incomum.
Tem papai noel e televisão,
tem feriados, dias da semana
(qual dia não seria?), e tem uma
coisa que incomoda bastante,
que pela falta de nome as
pessoas chamam de coração.
E quando falam isso não me
parece mais o lugar comum.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Autopsicografia, Fernando Pessoa
voltam pra casa, os carros
pegam a estrada, as crianças
brincam na calçada.
O vento sopra diferente,
no lugar comum.
Tem dia que não é quente,
na madrugada há pouca gente,
as paredes das casas são alvas.
O lugar comum é onde
tem pássaro e mar todo dia,
o relógio bate ao meio-dia,
a moça negra faz café,
numa espécie de mimetismo.
As pessoas têm duas pernas
e podem chegar aonde querem.
Aqui não se chega acolá,
já no lugar comum há
sempre lugares para ir,
belas histórias para ouvir,
coisas novas para ver.
As pessoas se percebem,
entretidas umas nas outras
:algo de si nelas mesmas.
Porque no lugar comum
tem muita coisa incomum.
Tem papai noel e televisão,
tem feriados, dias da semana
(qual dia não seria?), e tem uma
coisa que incomoda bastante,
que pela falta de nome as
pessoas chamam de coração.
E quando falam isso não me
parece mais o lugar comum.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Autopsicografia, Fernando Pessoa
segunda-feira, 6 de agosto de 2007
Aconchego
Palavras soltas, em um velho
cantinho de inverno.
Não retornam, nunca mais
ao cais de onde partiram.
Em seu ninho agora resta
mais do que antes tinha.
Para sua vida agora sobra
mais lápis e porpurina.
Tudo sempre colorido e intenso,
na madrugada fria e congelante,
denso sentimento de alegria,
amável sensação de aconchego.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Baby, it's cold outside, Ray Charles & Ella Fitzgerald
cantinho de inverno.
Não retornam, nunca mais
ao cais de onde partiram.
Em seu ninho agora resta
mais do que antes tinha.
Para sua vida agora sobra
mais lápis e porpurina.
Tudo sempre colorido e intenso,
na madrugada fria e congelante,
denso sentimento de alegria,
amável sensação de aconchego.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Baby, it's cold outside, Ray Charles & Ella Fitzgerald
Assinar:
Postagens (Atom)