segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Existencialismo

Um bosque cheio de pregos enferrujados
pisou no calo da senhora desfigurada.
Quantos quilos tinha o passarinho azul?
Só se noticiava a falta de ervilhas para
fabricar o combustível das locomotivas.
Como saber se faltavam lápis de cor se à
mesa juntaram-se o príncipe e a baronesa?
Realmente, o mar estava ficando sólido.
Desde que a esfinge saiu correndo no atol
os deuses nunca mais compraram meias.
Parece algo democrático, mas sem cabelo.
Outro dia o ciático entrou de férias e saiu
para conversar com a formiga analógica.
Veja só você, que estuda a morfologia do
estrume, conversando com a natureza.
O que alicerce faz neste lado?, perguntou.
A resposta foi ao cinema comer pipoca,
mas os celulares estavam alienados.
Depois, a cultura existencialista aderiu ao
momento de contingenciamento do nada.
Tudo estava cada momento mais escasso
que não se via o deserto nas poeiras lunares.
Sonhos não falavam, o medo era colorido,
as abelhas pararam de costurar petróleo...
Acho que era por causa de seu chapéu côco.
No final das letras, a população de Sidarta
não pôde conhecer a soma das dúvidas.

Rodrigo Sluminsky



+++ Etecetera

Walking Life (EUA, 2001)
Direção: Richard Linklater

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