sexta-feira, 17 de agosto de 2007

O Pino

Sou agora um pino,
que por ser o que é,
desafina totalmente
da poesia vigorante.

Sirvo para machucar
as superfícies alheias,
presionar, furar e até
no seu inverso cravar.

Sou esse misto de ira
e teimosia rabugenta,
de pensar debilitado e
que sangra até sofrer.

Não resta mais forças
para manter a honra,
sou agora só um pino,
que assola sem pesar.

Rodrigo Sluminsky



+++ Etecetera

Sinfonia nº 29 em Lá maior K.201/186a (1774), Wolfang Amadeus Mozart

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