Há dias inteiros em que se passam
todos os momentos, normalmente
sem que de você as pessoas ouçam
uma singular palavra
um grito do êxtase
um lamento sequer.
Esses dias foram feitos de algodão
para serem passados sem perceber
a existência de sons do emissário.
Que de fato nem existem, os sons
de vozes, espasmos ou lamentos
propagando-se em ondas no ar.
Dias em que não se diz palavra alguma
um dia inteiro, sem palavra alguma
só para dizer para quem puder sentir
que a voz do silêncio, naquele momento
diz tudo que alguém gostaria de ouvir.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
O sol.
domingo, 30 de setembro de 2007
sábado, 29 de setembro de 2007
Ofegante
Pode até ser bonito
teu ar de erudito
esse pensar lúdico
de padrão regular.
Mas respiras pouco
do ar que podes
dispnéia pela razão
em primeiro lugar.
E tu olhas pra gente
com esse ar esnobe
que perante o público
só tens a dissimular.
Arre!, se bem sabes
o ar que respiras,
por que ainda não
paraste de pensar?
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Racional, Tim Maia
teu ar de erudito
esse pensar lúdico
de padrão regular.
Mas respiras pouco
do ar que podes
dispnéia pela razão
em primeiro lugar.
E tu olhas pra gente
com esse ar esnobe
que perante o público
só tens a dissimular.
Arre!, se bem sabes
o ar que respiras,
por que ainda não
paraste de pensar?
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Racional, Tim Maia
terça-feira, 25 de setembro de 2007
Viva a beleza da vida!
Aos que desejam a morte escarlate a qualquer custo
lamento afirmar que minha poesia tem o viés negativo
em favor dos prazeres da própria carne e da heresia.
Toda vez que percebo a vitória do grotesco, do descortês,
trago imediatamente à mão todas as minhas esferográficas
e reescrevo de modo diverso o mesmo poema de ontem.
Tal qual uma epopéia reacionária ou uma cruzada sem deus,
porém redigida em forma de movimentos em uma sinfonia.
Altercamo-nos hoje e a cada novo dia contra a
proliferação gratuita do feio, do hermeticamente horrendo,
contra aquilo que causa desconforto interno quando em
nosso âmago percebemos por sentidos o desastre.
Aos que desejam a funesta infelicidade dos mortais,
prezamos por esse combate deveras vezes ideológico,
porém reconfortante como fardos de algodão em rama
simetricamente dispostos em forma de salvaguarda,
para salvar-nos da maior queda: a nossa própria.
Sim, porque o feio somos nós mesmos quando nos vemos
no espelho da realidade, aplicamos nossos feios princípios
às nossas fraquezas, ou quando não sabemos perdoar.
Trazer tudo e todos ao belo é a tarefa da minha poesia,
que neutraliza reles sons e luzes, muito mais ruidosos
e desconformes que a harmonia do vôo do beija-flor,
ou quando comparados à cor da flor chamada margarida.
E aos que fazem das mortalhas um tenso flanco roto,
imponho minha poesia como um imperativo categórico.
Terão os bastardos que tolerar, sob minhas ordens,
a harmoniosa canção de todos os pássaros silvestres
e o luar resplandecendo brilho e vida sobre o mar.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Um céu numa flor silvestre: a beleza em todas as coisas, Rubem Alves
lamento afirmar que minha poesia tem o viés negativo
em favor dos prazeres da própria carne e da heresia.
Toda vez que percebo a vitória do grotesco, do descortês,
trago imediatamente à mão todas as minhas esferográficas
e reescrevo de modo diverso o mesmo poema de ontem.
Tal qual uma epopéia reacionária ou uma cruzada sem deus,
porém redigida em forma de movimentos em uma sinfonia.
Altercamo-nos hoje e a cada novo dia contra a
proliferação gratuita do feio, do hermeticamente horrendo,
contra aquilo que causa desconforto interno quando em
nosso âmago percebemos por sentidos o desastre.
Aos que desejam a funesta infelicidade dos mortais,
prezamos por esse combate deveras vezes ideológico,
porém reconfortante como fardos de algodão em rama
simetricamente dispostos em forma de salvaguarda,
para salvar-nos da maior queda: a nossa própria.
Sim, porque o feio somos nós mesmos quando nos vemos
no espelho da realidade, aplicamos nossos feios princípios
às nossas fraquezas, ou quando não sabemos perdoar.
Trazer tudo e todos ao belo é a tarefa da minha poesia,
que neutraliza reles sons e luzes, muito mais ruidosos
e desconformes que a harmonia do vôo do beija-flor,
ou quando comparados à cor da flor chamada margarida.
E aos que fazem das mortalhas um tenso flanco roto,
imponho minha poesia como um imperativo categórico.
Terão os bastardos que tolerar, sob minhas ordens,
a harmoniosa canção de todos os pássaros silvestres
e o luar resplandecendo brilho e vida sobre o mar.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Um céu numa flor silvestre: a beleza em todas as coisas, Rubem Alves
domingo, 23 de setembro de 2007
Chove, chuva!
Um incontável número de gotas
desabam frias sobre a multidão,
que suporta o ônus liquefeito da
jactância escorrendo pelo esgoto.
O barulho intenso dos relâmpagos
anuncia o vigor temido da limpeza,
que extermina qualquer impureza
e desguarnece o mal intencionado.
É chegada a hora certa da verdade!
Não há tempo ruim para contestar
o inefável valor das palavras, nem
momento distinto para esquivar-se.
A chuva ora cai em precedência ao
belo sentimento ulterior de limpidez
talvez tão belo e necessário que não
acaba cedo o tormento dos homens.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
November Rain, Guns N' Roses
desabam frias sobre a multidão,
que suporta o ônus liquefeito da
jactância escorrendo pelo esgoto.
O barulho intenso dos relâmpagos
anuncia o vigor temido da limpeza,
que extermina qualquer impureza
e desguarnece o mal intencionado.
É chegada a hora certa da verdade!
Não há tempo ruim para contestar
o inefável valor das palavras, nem
momento distinto para esquivar-se.
A chuva ora cai em precedência ao
belo sentimento ulterior de limpidez
talvez tão belo e necessário que não
acaba cedo o tormento dos homens.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
November Rain, Guns N' Roses
sexta-feira, 21 de setembro de 2007
Volúpia do Mundo
Havia um forte desejo
de sentir novamente
aquele fato inusitado.
Pensar na forma torpe
de sua mácula restante
não altera a mistificação.
Um apetite imensurável
de propagar a vida amante
o nosso mais belo legado.
Abraçar a volúpia do mundo
para continuar apaixonante
a nossa única condição.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
As Canções Que Você Fez Pra Mim, Maria Bethânia
de sentir novamente
aquele fato inusitado.
Pensar na forma torpe
de sua mácula restante
não altera a mistificação.
Um apetite imensurável
de propagar a vida amante
o nosso mais belo legado.
Abraçar a volúpia do mundo
para continuar apaixonante
a nossa única condição.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
As Canções Que Você Fez Pra Mim, Maria Bethânia
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
Auto-compaixão
Incansável
a visão seca
do amor
quem me dera
ultrapassar
o anseio
há paz maior
do que o sol em
dias de semana?
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Nothing as it seems, Pearl Jam
a visão seca
do amor
quem me dera
ultrapassar
o anseio
há paz maior
do que o sol em
dias de semana?
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Nothing as it seems, Pearl Jam
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
Mansidão
Seria tão fácil dizer
não fosse o tato,
indizível momento
de ser
inexplicável fato
suas pálpebras
completamente
bem delineadas
sensação de
exaspero singular
porção de esmo
e desejo
reunião de mitos
desfeitos no ato
da posterior
lágrima de solidão.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
All of me, Billie Holiday
não fosse o tato,
indizível momento
de ser
inexplicável fato
suas pálpebras
completamente
bem delineadas
sensação de
exaspero singular
porção de esmo
e desejo
reunião de mitos
desfeitos no ato
da posterior
lágrima de solidão.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
All of me, Billie Holiday
terça-feira, 4 de setembro de 2007
Opinião
Sabe o que eu acho?
As pessoas morreram de solidão.
Sim, porque de excessos não foi!
Quando um passarinho vem
de mansinho e briga comigo
sei que o mundo parou de girar.
Ao menos para os astros,
que bem na verdade somos
eu e você, quando dizemos
um no ouvido do outro
que ficamos sem palavras.
Tento imaginar porque ainda
tem gente que desiste.
Deve ser por não reconhecer
a beleza noturna da lua,
ou por manter enjaulados
seus passarinhos na gaiola.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Let there be love, Oasis
As pessoas morreram de solidão.
Sim, porque de excessos não foi!
Quando um passarinho vem
de mansinho e briga comigo
sei que o mundo parou de girar.
Ao menos para os astros,
que bem na verdade somos
eu e você, quando dizemos
um no ouvido do outro
que ficamos sem palavras.
Tento imaginar porque ainda
tem gente que desiste.
Deve ser por não reconhecer
a beleza noturna da lua,
ou por manter enjaulados
seus passarinhos na gaiola.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Let there be love, Oasis
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