dia tem nome dia tem memória dia tem sentimento
terça-feira, 1 de agosto de 2023
Todo dia é dia
nem todo dia: é dia.
tem dia que nem nasceu
dia sem razão
dia sem alma
que tem o dia?
antes de mais nada
manhã de lua cheia
siesta de perder hora
uma tarde vadia
mas nem tudo
cabe no dia
noite mal dormida
fadiga mental
até dor de barriga
ter tudo num dia?
quase loteria!
então que faz o dia
senão memórias
bem-vividas, ou
angústia sofrida?
dia pode ser
acordar bem e
dormir acabado
dia pode ter
muito mais do que
vinte e quatro horas
dia tem nome dia tem memória dia tem sentimento
mas sei não se dia
é mesmo medida
se é bom, ruim ou sei-lá-o-quê
mas algo inebria
quase todo dia
é que todo dia
acontece uma
grande magia
os olhos se abrem
o corpo se afaga
lá fora, literalmente
um universo servil
milhares e milhares
de novas tentativas
aqui dentro, só uma
a mais nobre delas
quando não: uma
derradeira opção
é chegada a hora
de fazer a vida toda
caber em um só dia
você pode escolher
manter a alma vazia
mas não há que negar
que nasce, no novo dia
mesmo com resquício
de cicatriz tardia
a mais bela de todas
da pureza da gratidão
ao ocaso do futuro
uma confiança inabalável
no amor
na estética do amor
naquilo que Kairós
nos qualifica
tempo de nascer
tempo de morrer
então se cabe no dia?
a vida será sempre
essa nossa eterna
e difícil escolha.
Rodrigo Sluminsky
sexta-feira, 7 de julho de 2023
Nossa (nova) jornada
Por mais energia
Que dedicaremos
Que dedicaremos
Ao que se avizinha
Sujeitos com certeza
sempre estaremos
Ao aleatório do dia
Das inconstâncias
Na jornada da vida
Aos ocasos do desejo
Um tempo sem medo
Por nossa sobrevida
Sob novas instâncias
Mais vale uma vida
Imersa nas batalhas
Que um eterno hiato
Escravo da solidão
Rodrigo Sluminsky
sábado, 10 de junho de 2023
Memória aos 40
O que eu percebi
Da vida
É que a vida
Essa mesmo
É muito
Mais muito
Muito demais
Pessoas livres
Pessoas não livres
Essa consciência dói
Dói muito
Pessoas livres
Só isso
Nada mais
Rodrigo Sluminsky
domingo, 2 de abril de 2023
Assolador
Acho que a morte
Não é o que assola
O que me assola
Cogitando melhor
É a falta de vida
Sequer pretendia
Essa consideração
É que se anda
Contando passos
Evitando sorrisos
Nem bem sei
Se é cansaço
Preguiça, asco
Pouco importa
Uma vida vadia
Vai que se nota
Tem seu espaço
O tempo vencido
Conversa mole
Um marcapasso
Coisas desse tipo
Transformam a vida
No prólogo da morte
Mais do que a dor
O luto e a memória
É a privação do tempo
Da vida e das pessoas
Da cor e do cheiro do mar
Das noites enluaradas
Dos dias de sol no inverno
Pior do que morrer
Digo eu, convicto
Apesar do leito da morte
É deixar de viver
Isso sim é assolador
R.Sluminsky
terça-feira, 18 de fevereiro de 2020
Interligados
de-longe vêm-nos
espaços, abraços
abertos, entreatos
cobertos, retos
e alvos e belos
e livres, contêm
de-imediato
des-pedaçados
algo de-aquém
infantil, sutil
mais-que-além
que-lhos mantém
acesos, atentos
íntimos, ultra
inter-ligados
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
espaços, abraços
abertos, entreatos
cobertos, retos
e alvos e belos
e livres, contêm
de-imediato
des-pedaçados
algo de-aquém
infantil, sutil
mais-que-além
que-lhos mantém
acesos, atentos
íntimos, ultra
inter-ligados
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
terça-feira, 29 de maio de 2018
Lembrança
Resta, então
Acima de tudo
Alguma história
Um rasgo no chão
A breve memória
Um passado
Uma fotografia
Resta ainda, então
Apesar de tudo
Uma lembrança
Do esforço que
Não foi em vão.
Rodrigo Sluminsky
Acima de tudo
Alguma história
Um rasgo no chão
A breve memória
Um passado
Uma fotografia
Resta ainda, então
Apesar de tudo
Uma lembrança
Do esforço que
Não foi em vão.
Rodrigo Sluminsky
quarta-feira, 3 de janeiro de 2018
Amor, de novo
I
há
tempos venho tentando entender o amor. comecei pela consciência. eu pouco sabia
o que era amor. do afeto universal de uma mãe à completa desenvoltura de casais
engrandecidos. eu pensava nas pessoas, nas suas necessidades. eu imaginava como
atuavam nas situações hipotéticas. eu as sentia vibrar no esmero e na tentativa
não aleatória de empatia.
II
pouco
a pouco retirei paixão da lista de momentos de amor. pensar nisso me dava
forças para entender seus sacrifícios e suas recompensas.
III
amor
fraterno era algo natural em mim, embora tolhido ao acaso. quando antes de
forma inconsciente deleitava aos prazeres do amor desinteressado, acusava agora
a consciência da correlação que naturalmente faço com a admiração. Não desmembrava
da mesma caixa amor e reconhecimento. a consciência desta fraternidade distinta
de admiração significou para mim o limite do ego e o fim da bajulação.
IV
desafio
maior tem sido receber o amor ágape em todas as suas formas. algo insistia em
se manter alinhado aos feitos tangíveis. não poucas vezes confesso eu afirmar
que amei lugares, bichos, pedras, árvores, muito antes de pessoas. a
contemplação nascia dos fatos. e o amor, da razão. comecei então por falar com
gente diferente de mim. passei a ouvir. e depois perceber. evitei subestimar a
perda. aceitei luto e depressão. parei de julgar.
V
eu
entendi a energia gerada na doação. amor é falta de ausência. é presença quando
possível ou necessário.
VI
da
reflexão ressurgiu o amor-próprio. alicerce para a fraternidade, antítese do
egoísmo. tantas e tantas vezes temos sentido brotar em nós a necessidade de
olhar para si, uma negligência sabidamente implacável. tenho consciência que a
capacidade de doação arrefece quando não me priorizo.
VII
acontence
que é preciso saber conviver com o ódio.
VIII
amar
é cumplicidade. é precisamente, entregar-se. o tempo não tem efeito sobre o
amor. o tempo gera a consciência necessária à ação. pois amar é um verbo de
ação.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Famous Flower of Manhattan, The Avett Brothers
segunda-feira, 4 de setembro de 2017
Permanece
Permanece
No ressoar das sílabas
De cada palavra
Nos passos, no tempo
Na penumbra
Que faz a lua
Um vazio indescupável
Que nem a morte
- um dia viva
Conseguirá aceitar
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Soundtrack, 2017
Dirigido por 300ml
quinta-feira, 11 de maio de 2017
What's on your mind?
Repetir, Curtir
Negar, Xingar
Parafrasear
Que tal
Entardecer?
Anoitecer?
Não
Não
Não
Por que
Não
Acontecer?
Rodrigo Sluminsky
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016
No vazio do oceano
No vazio do oceano
Surge o desejo
Uma felicidade verdadeira
Um loucura possível
Um voo mais surreal
Um mundo belo e inacabado
Destemidos que nascemos
No mar do inconformismo
Coroados
Por amor e paixão
Sofridos
Por temor e inação
Rendidos e Substraídos
Nas ruas, nossa liberdade
Não tem preço nossa voz
E para pensar, conceitos
E para falar, silêncio
Viver exige mais
- muito de si
Querem mais deles
- do que de si
Uma religião herdada
Uma sexualidade ereta
Uma conduta ilibada
No vazio do oceano
Ressurge o desejo
E queremos todos os mares do mundo
Que desapareceram, Que estão
E queremos, Que não
Uma felicidade verdadeira
Um loucura possível
Um voo mais surreal
Um mundo belo e inacabado
sábado, 27 de dezembro de 2014
Liberte-se
Deixe que o mundo
Atropele o teu
Seja
Um ator, um amor
Sem pudor
E aguente a dor
Porque o mundo
Vai te atropelar.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Meu Pranto Rolou, Raul Sampaio, Benil e Izo Santos
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
...
Meu palco
Uma estrada
Desbravada
Meu texto
Uma repetição
Por quê, então
O contexto
do que penso
do que penso
do que penso
Nunca acaba?
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Why not?
Jónsi
The Quatsi Trilogy
Director: Godfrey Reggio
http://www.koyaanisqatsi.com
Uma estrada
Desbravada
Meu texto
Uma repetição
Por quê, então
O contexto
do que penso
do que penso
do que penso
Nunca acaba?
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Why not?
Jónsi
The Quatsi Trilogy
Director: Godfrey Reggio
http://www.koyaanisqatsi.com
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Sabedoria aos 30
pensar que o corpo
entende, engana
completamente
as regras são a mente
o corpo, não desmente
deliberadamente
imaginar um corpo
consciente, enlouqueça
aleatoriamente
e perpetua, ardente
foco na mente
eternamente
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Dreamin' Man, Neil Young
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Vão
Acondicionados
Situação em que se encontram
Permissivos, lenientes, vis
Compartilhamento
Desprocurados pelos breu
Ontem foi mais longe
Intocáveis, puros.
Rodrigo Sluminsky
Situação em que se encontram
Permissivos, lenientes, vis
Compartilhamento
Desprocurados pelos breu
Ontem foi mais longe
Intocáveis, puros.
Rodrigo Sluminsky
sábado, 25 de agosto de 2012
A Reflexão
A Reflexão
Nos leva à Introdução
De um Pensamento
Ainda não Realizado.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Intouchables (2011)
Nos leva à Introdução
De um Pensamento
Ainda não Realizado.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Intouchables (2011)
quinta-feira, 8 de março de 2012
Anteontem
Depois de ontem
Súbito anoiteceu
Meu anteontem
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Pelo Amor de Amar, Ellen de Lima
La Piel que Habito (2011)
Diretor: Pedro Almodóvar
Súbito anoiteceu
Meu anteontem
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Pelo Amor de Amar, Ellen de Lima
La Piel que Habito (2011)
Diretor: Pedro Almodóvar
sexta-feira, 2 de março de 2012
Abalroamento
Uma noite agradável
De um dia deplorável
Tudo aconteceu.
A rotina que tanto seguia
Depois desse dia
Não mais seguiu.
A notícia que assola a cidade
Depois da verdade
Não mais preocupou.
E assim sucessivamente.
O dia levanta mais leve
O trânsito já não atrapalha
O papo perdeu os ouvidos
A ordem não tem coerção
Um momento abalroado
De simplicidade
Onde pássaros cantam
E margaridas existem.
Aqui não se vende liberdade
Aqui se alistam sonhadores.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Hugo (2011)
Diretor: Martin Scorsese
De um dia deplorável
Tudo aconteceu.
A rotina que tanto seguia
Depois desse dia
Não mais seguiu.
A notícia que assola a cidade
Depois da verdade
Não mais preocupou.
E assim sucessivamente.
O dia levanta mais leve
O trânsito já não atrapalha
O papo perdeu os ouvidos
A ordem não tem coerção
Um momento abalroado
De simplicidade
Onde pássaros cantam
E margaridas existem.
Aqui não se vende liberdade
Aqui se alistam sonhadores.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Hugo (2011)
Diretor: Martin Scorsese
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
Nocturne
Aos que a noite persegue o dia
Sejam nós mesmos algo de luz
E não deixem que a escuridão
Nos circunscreva um amanhecer
Ou nos acometa nesta fantasia.
E ainda que a percebam tardia
Não sejam o mal que nos induz
Sem antes arriscar compreender
A vivacidade de uma nova paixão
E o inebriar de uma bela poesia.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Chopin, Nocturne Op. 48 C Minor
Sejam nós mesmos algo de luz
E não deixem que a escuridão
Nos circunscreva um amanhecer
Ou nos acometa nesta fantasia.
E ainda que a percebam tardia
Não sejam o mal que nos induz
Sem antes arriscar compreender
A vivacidade de uma nova paixão
E o inebriar de uma bela poesia.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Chopin, Nocturne Op. 48 C Minor
sexta-feira, 11 de novembro de 2011
Vivacidade
A ansiedade tem seus males
Todo dia, gente estúpida
Pessoal com PhD pra estorvo
Onde ficam as sementes?
Muita coisa prestes ao fato
Um ser humano ousado
Um farroupilha destoado
Pessoal resolveu descansar
Se ainda soubesse cantar
Alegrar nossos dias tristes
O embate será contra o tempo.
Ficarei acordado, procurando
Preciso de gente boa comigo
Ainda nessa primeira batalha.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Blowin' in the Wind, Bob Dylan
Todo dia, gente estúpida
Pessoal com PhD pra estorvo
Onde ficam as sementes?
Muita coisa prestes ao fato
Um ser humano ousado
Um farroupilha destoado
Pessoal resolveu descansar
Se ainda soubesse cantar
Alegrar nossos dias tristes
O embate será contra o tempo.
Ficarei acordado, procurando
Preciso de gente boa comigo
Ainda nessa primeira batalha.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Blowin' in the Wind, Bob Dylan
domingo, 23 de outubro de 2011
Enleio
De novo sobre a vida
Um grande beijo
Um enleio
Que eu gosto
Eu ontem disse
Eu hoje digo
Palavras soltas
Um pedaço
Teu espaço
Meu coração voa.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Blue moon, Billie Holiday
Um grande beijo
Um enleio
Que eu gosto
Eu ontem disse
Eu hoje digo
Palavras soltas
Um pedaço
Teu espaço
Meu coração voa.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Blue moon, Billie Holiday
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Sol e Mar
Estou aqui
de estar aí
não vou parar
vou por ali
tentar te achar
vou ver o mar
sentir o sol
em me perdi
não foi por mal
agora eu vi
estou quase ali
você é mar
eu sou teu sol.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Magrelinha, Caetano Veloso
de estar aí
não vou parar
vou por ali
tentar te achar
vou ver o mar
sentir o sol
em me perdi
não foi por mal
agora eu vi
estou quase ali
você é mar
eu sou teu sol.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Magrelinha, Caetano Veloso
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
segunda-feira, 11 de julho de 2011
sexta-feira, 24 de junho de 2011
O Tempo (e as Pessoas)
Hoje é dia
Em que se percebem
Em que se avaliam
o quotidiano
a nossa vida
Onde nós somos
os protagonistas
existia um tempo
não tão longe assim
onde o sol reluz igual
onde o mar termina
quando a hora tem tempo
e como tudo aquilo existia
todos nós - reservadamente
contemplávamos, ingênuos
O tempo.
E os que falaram antes
Sobre o tempo?
Foram eles tão cruéis
Quanto o tempo?
Um dia, naquele mesmo tempo
- que um dia de fato houve
O Tempo (e as Pessoas)
se perceberam
se avaliaram
o futuro não tinha papo
o passado esvaiu
as pessoas pintavam cruas
a natureza era mais bela
etc. etc. etc.
Tudo num só tempo!
que nunca mais aconteceu
que nunca mais acontecerá
em verdade - será?
que nunca sequer aconteceu
Hoje é dia
Em que se percebem
Em que se avaliam
o quotidiano
a nossa vida.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
L'illusionniste (França, 2010)
Direção: Sylvain Chomet
Roteiro original: Jacques Tati
Em que se percebem
Em que se avaliam
o quotidiano
a nossa vida
Onde nós somos
os protagonistas
existia um tempo
não tão longe assim
onde o sol reluz igual
onde o mar termina
quando a hora tem tempo
e como tudo aquilo existia
todos nós - reservadamente
contemplávamos, ingênuos
O tempo.
E os que falaram antes
Sobre o tempo?
Foram eles tão cruéis
Quanto o tempo?
Um dia, naquele mesmo tempo
- que um dia de fato houve
O Tempo (e as Pessoas)
se perceberam
se avaliaram
o futuro não tinha papo
o passado esvaiu
as pessoas pintavam cruas
a natureza era mais bela
etc. etc. etc.
Tudo num só tempo!
que nunca mais aconteceu
que nunca mais acontecerá
em verdade - será?
que nunca sequer aconteceu
Hoje é dia
Em que se percebem
Em que se avaliam
o quotidiano
a nossa vida.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
L'illusionniste (França, 2010)
Direção: Sylvain Chomet
Roteiro original: Jacques Tati
domingo, 24 de abril de 2011
Vai Passar, Vai Passar
O sol levanta cedo
Não tem o que falar
O dia nasce lindo
Vem o sol nos alegrar
Vai Passar, Vai Passar
Essa alegria de viver
É uma desculpa
Pra gente comemorar
Todo dia fica claro
Vai gente ver o sol
Cheio de trabalho
Saudades do anzol
Vai Passar, Vai Passar
Essa alegria de cantar
É uma desculpa
Pra gente se lembrar
Na semana todo dia
Muita gente atrapalha
A gente não precisa
Dessa gente na batalha
Vai Passar, Vai Passar
Essa alegria de sofrer
É uma desculpa
Para não arrefecer
Vem a noite, fim do dia
Muita coisa pra fazer
Só quero ver a lua
Sob o céu resplandecer
Vai Passar, Vai Passar
Essa alegria de amar
É uma desculpa
Para não desanimar
Vem semana, dia, ano
Já se perde pra falar
Na vida não me engano
Nem dá tempo de contar
Vai Passar, Vai Passar
Essa alegria de conhecer
É uma desculpa
Para desaparecer
Quando vê, acaba tudo
Toma o tempo com a dor
Se no sol investe a vida
No seu lugar terá amor
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Sinfonia n. 9, em Ré Menor, Op. 125, Ludwig Van Beethoven
Não tem o que falar
O dia nasce lindo
Vem o sol nos alegrar
Vai Passar, Vai Passar
Essa alegria de viver
É uma desculpa
Pra gente comemorar
Todo dia fica claro
Vai gente ver o sol
Cheio de trabalho
Saudades do anzol
Vai Passar, Vai Passar
Essa alegria de cantar
É uma desculpa
Pra gente se lembrar
Na semana todo dia
Muita gente atrapalha
A gente não precisa
Dessa gente na batalha
Vai Passar, Vai Passar
Essa alegria de sofrer
É uma desculpa
Para não arrefecer
Vem a noite, fim do dia
Muita coisa pra fazer
Só quero ver a lua
Sob o céu resplandecer
Vai Passar, Vai Passar
Essa alegria de amar
É uma desculpa
Para não desanimar
Vem semana, dia, ano
Já se perde pra falar
Na vida não me engano
Nem dá tempo de contar
Vai Passar, Vai Passar
Essa alegria de conhecer
É uma desculpa
Para desaparecer
Quando vê, acaba tudo
Toma o tempo com a dor
Se no sol investe a vida
No seu lugar terá amor
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Sinfonia n. 9, em Ré Menor, Op. 125, Ludwig Van Beethoven
quinta-feira, 21 de abril de 2011
Enleio
A comiseração anuncio o tato.
Não é necessário muito esforço
para dizer ou desfalecer algo
O que salienta a alma, dirá
é manter-se acreditado no vão.
Todos vocês sabemos da composição
pode ser somente um pedaço de si
Certo que não acaba no vazio do sonho.
E o que pensar e agir nesse meio
se o que lhes interessa será sempre
a confusão do pensamento, um vício.
Perpetuamo-nos cientes do enleio
no qual a noss'alma se coloca
Um espasmo solícito
Uma tristeza adequada
E nos quedamos insolúveis
Nessa felicidade convencida.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Solitude, Billie Holiday
http://vimeo.com/1410794
Não é necessário muito esforço
para dizer ou desfalecer algo
O que salienta a alma, dirá
é manter-se acreditado no vão.
Todos vocês sabemos da composição
pode ser somente um pedaço de si
Certo que não acaba no vazio do sonho.
E o que pensar e agir nesse meio
se o que lhes interessa será sempre
a confusão do pensamento, um vício.
Perpetuamo-nos cientes do enleio
no qual a noss'alma se coloca
Um espasmo solícito
Uma tristeza adequada
E nos quedamos insolúveis
Nessa felicidade convencida.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Solitude, Billie Holiday
http://vimeo.com/1410794
quarta-feira, 6 de abril de 2011
sexta-feira, 25 de março de 2011
Dúvida
Quem sabe a noite
não parou
Quem sabe o dia
não mudou
Imponderável.
Se o que lhe resta
se acabou
agora a Era
desabrocha
como a flor
com tempo incerto.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera.
Coréia do Sul (2003)
Diretor: Ki-du Kim
não parou
Quem sabe o dia
não mudou
Imponderável.
Se o que lhe resta
se acabou
agora a Era
desabrocha
como a flor
com tempo incerto.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Primavera, Verão, Outono, Inverno e... Primavera.
Coréia do Sul (2003)
Diretor: Ki-du Kim
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Exausto
O povo anda trôpego pelas vielas
Com máquinas e fardos nas costas
Pagos à prestação, emprestados
Dos manda-chuva da estação.
Os amigos parecem que esquecem
Que nem do folguedo ou da orgia
Provém o carinho da amizade, mas
Dos pedestais da cumplicidade.
E a família vive a rodear o problema
Compra sorrisos e cumprimentos
Em dias e finais de semana, ausente
Do alicerce mais íntimo das pessoas.
Têm também os outros, de cor e salto
No trabalho e na estação, na rádio
Gente que acorda depois e dorme mais
Que se esquece do dever e do direito.
Os malandros não se cansam
Tencionam, Pressionam, Ovacionam
São os bonifrates de marca maior.
Os amigos, delambidos por influência
TV, Rádio, Papo, Palanque, Digital
O diário nasceu mofado de vergonha.
A família, com seus preceitos e genealogia
Remonta a uma estirpe que não existe
E se existe, já morreu a cada nascimento.
Infamante!
Pode não ter prudência, mas procedência
Pode não ter pudor e nexo, quer sexo
Pode não ter honradez, mas dinheiro.
E vos chamam de plebe, meu Povo
De refugo da sociedade, populacho
Maldizem vosso trabalho, e estrábicos
Não vêem e maltratam vossas crianças.
Esses transviados da retidão, não serão.
São esses desventurados que maculam
Todo sentimento ulterior de felicidade.
É dia-a-dia, comunicação enviesada
Sem sentido e sem verdade, um ópio.
Às vezes é família e amigos. E nós mesmos.
E despertamos exaustos dos pesadelos
E alimentamos indigestos a fantasia
E caminhamos dissimulados pelas ruas
E percebemos enganados os detalhes
E pressentimos a enfastia das pessoas
E tememos o medo dos desafortunados
E enclausuramos despercebidos as crianças
E aniquilamos diuturnamente os sonhos
E choramos nossas lágrimas de festim
E seguimos acreditados nessa mentira
E morremos, enfim
Sem nascer.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Hino Nacional do BRASIL
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927)
Música: Francisco Manuel da Silva (1795-1865)
Com máquinas e fardos nas costas
Pagos à prestação, emprestados
Dos manda-chuva da estação.
Os amigos parecem que esquecem
Que nem do folguedo ou da orgia
Provém o carinho da amizade, mas
Dos pedestais da cumplicidade.
E a família vive a rodear o problema
Compra sorrisos e cumprimentos
Em dias e finais de semana, ausente
Do alicerce mais íntimo das pessoas.
Têm também os outros, de cor e salto
No trabalho e na estação, na rádio
Gente que acorda depois e dorme mais
Que se esquece do dever e do direito.
Os malandros não se cansam
Tencionam, Pressionam, Ovacionam
São os bonifrates de marca maior.
Os amigos, delambidos por influência
TV, Rádio, Papo, Palanque, Digital
O diário nasceu mofado de vergonha.
A família, com seus preceitos e genealogia
Remonta a uma estirpe que não existe
E se existe, já morreu a cada nascimento.
Infamante!
Pode não ter prudência, mas procedência
Pode não ter pudor e nexo, quer sexo
Pode não ter honradez, mas dinheiro.
E vos chamam de plebe, meu Povo
De refugo da sociedade, populacho
Maldizem vosso trabalho, e estrábicos
Não vêem e maltratam vossas crianças.
Esses transviados da retidão, não serão.
São esses desventurados que maculam
Todo sentimento ulterior de felicidade.
É dia-a-dia, comunicação enviesada
Sem sentido e sem verdade, um ópio.
Às vezes é família e amigos. E nós mesmos.
E despertamos exaustos dos pesadelos
E alimentamos indigestos a fantasia
E caminhamos dissimulados pelas ruas
E percebemos enganados os detalhes
E pressentimos a enfastia das pessoas
E tememos o medo dos desafortunados
E enclausuramos despercebidos as crianças
E aniquilamos diuturnamente os sonhos
E choramos nossas lágrimas de festim
E seguimos acreditados nessa mentira
E morremos, enfim
Sem nascer.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Hino Nacional do BRASIL
Letra: Joaquim Osório Duque Estrada (1870-1927)
Música: Francisco Manuel da Silva (1795-1865)
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
O trôpego da concórdia.
Oxalá, Ser e não pender,
essa consideração íntima
uma verdade repreendida
Na dura vivência de ser.
O desvelo embebedado
pelas engajadas arengas
carentes de contexto.
A necessidade premente
de substabelecer aos céus
O tempo que há-de vir.
O trôpego da concórdia.
Tem o capricho amador
Meu senhor,
Essa inquietude rebelde.
No afã da insensibilidade
Não somos.
Esquecemo-nos, privados.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Inútil Paisagem, Tom Jobim
essa consideração íntima
uma verdade repreendida
Na dura vivência de ser.
O desvelo embebedado
pelas engajadas arengas
carentes de contexto.
A necessidade premente
de substabelecer aos céus
O tempo que há-de vir.
O trôpego da concórdia.
Tem o capricho amador
Meu senhor,
Essa inquietude rebelde.
No afã da insensibilidade
Não somos.
Esquecemo-nos, privados.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Inútil Paisagem, Tom Jobim
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
Esvaecido
Passa o passo
Sustenta, de lado
Explode na dor
Suporta, sem flor
Um dia, quem sabe
Esquece a verdade
E foge, algures
Sem nem pudores.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Ne Me Quittes Pas, Maria Gadu
Sustenta, de lado
Explode na dor
Suporta, sem flor
Um dia, quem sabe
Esquece a verdade
E foge, algures
Sem nem pudores.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Ne Me Quittes Pas, Maria Gadu
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Lealdade
O sentimento volta à tona
Como quem sabe
Que nunca o deixou.
De lado viu-se tortuoso
O caminho do salto.
Não é sempre que persiste
Um balançar enviesado.
Estar é ser vivo no fato,
Caminhar com lealdade.
Acata-se o mundanismo,
Contém o arquejo e ama.
Resta insalubre e vil
Aquele que não está.
Somos todos humanos,
O casco vaza nos flancos.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Dream Machine, Mark Farina
Como quem sabe
Que nunca o deixou.
De lado viu-se tortuoso
O caminho do salto.
Não é sempre que persiste
Um balançar enviesado.
Estar é ser vivo no fato,
Caminhar com lealdade.
Acata-se o mundanismo,
Contém o arquejo e ama.
Resta insalubre e vil
Aquele que não está.
Somos todos humanos,
O casco vaza nos flancos.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Dream Machine, Mark Farina
terça-feira, 12 de maio de 2009
VI
Se o ditado muda
Muda tudo.
Da forma de verbar
Ao delírio do verbo
Uma letra dói
E um agrupado?
Frenesim
Medo
Nostalgia
Espanto
Amor
Uma só palavra
É samba de pincel.
Rodrigo Sluminsky
Muda tudo.
Da forma de verbar
Ao delírio do verbo
Uma letra dói
E um agrupado?
Frenesim
Medo
Nostalgia
Espanto
Amor
Uma só palavra
É samba de pincel.
Rodrigo Sluminsky
III
Retorno às
particularidades
Eu não volto
É uma volta!
Um dia ainda acontece
sabe-se lá, no vôo
ou mesmo na queda
O elogio profícuo
Ou a causa torpe
Não apetecem
Tem os meros
Tem o oblíquo
Gente que se preze
não titubeia no pesar.
Rodrigo Sluminsky
particularidades
Eu não volto
É uma volta!
Um dia ainda acontece
sabe-se lá, no vôo
ou mesmo na queda
O elogio profícuo
Ou a causa torpe
Não apetecem
Tem os meros
Tem o oblíquo
Gente que se preze
não titubeia no pesar.
Rodrigo Sluminsky
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