quinta-feira, 18 de março de 2004

>>> Desorganização, imperfeição, melancolia, pessimismo, fealdade, covardia, imperícia, subjetividade, descontentamento, modéstia, fraqueza, mal-estar, timidez, indefinição, tristeza, fracasso, delinquência, orgia, pobreza, desgosto, morte, retrocesso, desespero, apatia, desânimo, infâmia, caducidade, dúvida, maldade, medo, hesitação, inconformismo, instabilidade, parcialidade, desistência, inépcia, displicência, crueldade, ódio, indignidade, antinacionalismo, insanidade, contaminação, imoralidade, secularidade, impolidez, ignorância, inconveniência, incongruência e incoerência. Et coetera.


As sem-razões do amor

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.

Carlos Drummond de Andrade



+++ Etecetera

Deep Water, Jewel

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