sexta-feira, 10 de junho de 2005

Revelações

Sou um Amor apaixonado,
de andar esvaziado,
mente, e alucinado
ressentindo a vontade de voar.

Penso ser dono do mundo,
tenho comportamento imundo,
danço feito moribundo,
sonhando poder assim ficar.

Tenho vontades passageiras,
onde perdem-se estribeiras
e quebram-se cadeiras
podendo nunca mais restar.

Tento superar meu limite

de poeta com labirintite,
hepatite alcoólica, miocardite,
ouvindo que há o que curar.

Gosto mesmo de lágrima depravada,
solitária, arruinada,
ciente que fracassada,
esperando alguém a perdoar.


Prefiro a vida ordinária,
de redundância hilária,
ou de anônimo da Candelária,
porém sem titubear.

Sinto também a promiscuidade no sangue,
de pudor ignorante
e gênio arrogante,
acreditando não mais se salvar.

Posso ainda ser um marinheiro
ou até um cancioneiro,
com ou sem dinheiro,
deixando a vida me guiar.

Perdôo-me ser metafísico, então,
daqueles que não vive em tabernáculo
ou que não possui qualquer outro vínculo,
implorando à alma do mesmo modo ressuscitar!

Rodrigo Sluminsky



+++ Etecetera

Quase Memória, Carlos Heitor Cony

Biografia de Carlos Heitor Cony


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