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Saudades

Há saudades em pensar e imaginar
Saudades nos braços e nas pernas
Saudades no peito, que dói demais
Uma falta que não se bem sente
Sentimento torto e desentranhado
Das rodas cálidas da vivência
Há saudades nas coisas de pegar
Coisas de armário e de gavetas
Imensas de saudades de existir
Saudades do pedaço torto do corpo
Exaspero da imperfeição singular
E tu sabes que há saudades
Ainda que não saibas da mensagem
Triste fim temos nós, eu e tu
Duas metades inteiras de saudades
Um par de asas separado pelo vento
Sem desfiladeiro para propalar
Nosso amor amargurado pelo ar...

Rodrigo Sluminsky



+++ Etecetera

Ah, um Soneto, Fernando Pessoa

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O que era?

Eu tinha uma dádiva. Se fosse por mim, Nem se continha. Era uma infâmia. Mas nada era Se não percebia. Como uma mácula Uma falta de dor Só se sentia perto Se perto consentia. E era difícil andar ou A graça estremecer. O que era, então? Era o silêncio do não E a desatina canção. Um poço de verdade. Nada do que já existe. Às vezes é só fantasia Quase sempre era. Já não é mais! Agora é a verdade Que de tão séria Vai faltar por lá, na terra da cortesia. Rodrigo Sluminsky +++ Etecetera Insensatez , Vinícius de Moraes e Tom Jobim

Interligados

de-longe vêm-nos espaços, abraços abertos, entreatos cobertos, retos e alvos e belos e livres, contêm de-imediato des-pedaçados algo de-aquém infantil, sutil mais-que-além que-lhos mantém acesos, atentos íntimos, ultra inter-ligados   Rodrigo Sluminsky  +++ Etecetera

Lembrança

Resta, então  Acima de tudo  Alguma história  Um rasgo no chão A breve memória  Um passado Uma fotografia Resta ainda, então Apesar de tudo Uma lembrança Do esforço que Não foi em vão. Rodrigo Sluminsky