Enquanto o tempo
passa pelos olhos
aos pés da escada
os olhos passam
aos pés que movem
um novo tempo:
outros olhos e pés
cansados de esperar
o tempo passar!
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
O Sole Mio, Luciano Pavarotti
terça-feira, 29 de janeiro de 2008
sexta-feira, 25 de janeiro de 2008
Ansiedade
ao primeiro estalo
o corpo bamboleia
o sangue esquenta
a face, antes rubra
agora jamais peleia
mesmo os braços e
pernas, ou o cabelo
que nem despenteia
todos os apêndices
antes descontraídos
agora presos na teia
de nervos e tensões
prestes à calmaria.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Relax (take it easy), Mika
o corpo bamboleia
o sangue esquenta
a face, antes rubra
agora jamais peleia
mesmo os braços e
pernas, ou o cabelo
que nem despenteia
todos os apêndices
antes descontraídos
agora presos na teia
de nervos e tensões
prestes à calmaria.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Relax (take it easy), Mika
quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Brasileiro
O poema só divaga
O problema é virtual.
O potente me garante
O projeto é sexual.
O porquê não me responde
O profeta é textual.
O postulado só me engana
O provável é eventual.
O populista pronuncia
O prospecto usual.
O posseiro me atropela
O probante é ilegal.
O político só quer ter
O poder habitual.
O poderoso não divide
O produto desigual.
O porrete me assola
O progresso é nacional.
O polícia não destoa
O povão é marginal.
O povo não se informa
O processo é racional.
O porco se distingue
O procedente é maioral.
O podre prolifera
O profícuo é casual.
O pó afaga a alma
O profano é animal.
O poeta se apaixona
O pro forma é tudo igual.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Pra não dizer que não falei de flores, Geraldo Vandré
O problema é virtual.
O potente me garante
O projeto é sexual.
O porquê não me responde
O profeta é textual.
O postulado só me engana
O provável é eventual.
O populista pronuncia
O prospecto usual.
O posseiro me atropela
O probante é ilegal.
O político só quer ter
O poder habitual.
O poderoso não divide
O produto desigual.
O porrete me assola
O progresso é nacional.
O polícia não destoa
O povão é marginal.
O povo não se informa
O processo é racional.
O porco se distingue
O procedente é maioral.
O podre prolifera
O profícuo é casual.
O pó afaga a alma
O profano é animal.
O poeta se apaixona
O pro forma é tudo igual.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Pra não dizer que não falei de flores, Geraldo Vandré
segunda-feira, 21 de janeiro de 2008
Conselho
Chega o dia em que a realidade vem à tona
Amargurando todos os nossos dias de ilusão.
Pensamentos recorrentes o deixaram pálido!
Agora você que decide pelo lado da coragem
E se prefere mesmo o caminho do progresso!
São pequenos passos nesta rua fria e escura,
E não seria saudável subestimar o lado do erro.
Você sabe que já ouviu diversos bons conselhos;
Você sabe que já experimentou o ócio e o amor.
Pode ser agora que o tempo finalmente chegou,
Com seus olhares sincréticos e coloridos...
Assim como um trem, que passa rápido demais,
É preciso se apressar para não perder o ponto.
Só que para não tropeçar nas próprias pernas
Uma boa dose de destruição se faz imperiosa:
Quebre rapidamente todas as portas para o vil,
Agora você escolhe entre a honra e a infâmia.
Picote com as mãos cartas de amores falidos
E as queime juntamente com o coração.
Fotos e recordações, somente as essenciais!
Amigos, só os dos dedos (inclusive dos pés).
Venda ou doe boa parte de sua biblioteca,
Mantenha livros de poesia e guias de viagens
E corte barba e cabelo de um jeito incomum!
O importante é sentir o amadurecimento
E se permitir agir sem medo do remorso...
Lembre-se que com a honra você escolhe
Ser um pássaro grande, belo e moribundo
Mas que sabe exatamente seu último ninho!
Aliás, nada disso tem a ver com sucesso,
Isto (e outras coisas) acaba sendo supérfluo.
Ao optar pelo volúvel caminho dos amantes
Você segue a mais bela trilha da felicidade,
Um percurso cheio de emoção e lágrimas
Como as que esparramam por sobre o papel...
Agora, meu caro, o futuro todo lhe pertence,
Em cada passo uma nova bela descoberta,
A cada incerteza uma nova sorrateira paixão.
E tudo sempre vertiginosamente intenso,
E tudo apaixonado e tão cheio de emoção,
Que deixará no peito dos que o viram passar
Um buraco imensurável e formoso de saudade
E um vazio intransponível pelo esquecimento
Que nem mesmo a certeza da existência latente
Fará o mundo girar do mesmo modo que outrora.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
E agora, José?, Carlos Drummond de Andrade
Amargurando todos os nossos dias de ilusão.
Pensamentos recorrentes o deixaram pálido!
Agora você que decide pelo lado da coragem
E se prefere mesmo o caminho do progresso!
São pequenos passos nesta rua fria e escura,
E não seria saudável subestimar o lado do erro.
Você sabe que já ouviu diversos bons conselhos;
Você sabe que já experimentou o ócio e o amor.
Pode ser agora que o tempo finalmente chegou,
Com seus olhares sincréticos e coloridos...
Assim como um trem, que passa rápido demais,
É preciso se apressar para não perder o ponto.
Só que para não tropeçar nas próprias pernas
Uma boa dose de destruição se faz imperiosa:
Quebre rapidamente todas as portas para o vil,
Agora você escolhe entre a honra e a infâmia.
Picote com as mãos cartas de amores falidos
E as queime juntamente com o coração.
Fotos e recordações, somente as essenciais!
Amigos, só os dos dedos (inclusive dos pés).
Venda ou doe boa parte de sua biblioteca,
Mantenha livros de poesia e guias de viagens
E corte barba e cabelo de um jeito incomum!
O importante é sentir o amadurecimento
E se permitir agir sem medo do remorso...
Lembre-se que com a honra você escolhe
Ser um pássaro grande, belo e moribundo
Mas que sabe exatamente seu último ninho!
Aliás, nada disso tem a ver com sucesso,
Isto (e outras coisas) acaba sendo supérfluo.
Ao optar pelo volúvel caminho dos amantes
Você segue a mais bela trilha da felicidade,
Um percurso cheio de emoção e lágrimas
Como as que esparramam por sobre o papel...
Agora, meu caro, o futuro todo lhe pertence,
Em cada passo uma nova bela descoberta,
A cada incerteza uma nova sorrateira paixão.
E tudo sempre vertiginosamente intenso,
E tudo apaixonado e tão cheio de emoção,
Que deixará no peito dos que o viram passar
Um buraco imensurável e formoso de saudade
E um vazio intransponível pelo esquecimento
Que nem mesmo a certeza da existência latente
Fará o mundo girar do mesmo modo que outrora.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
E agora, José?, Carlos Drummond de Andrade
domingo, 13 de janeiro de 2008
Poeminha
Agora eu choro
no teu colo
eu imploro
estou cansado
de sofrer.
Lá fora eu moro
contigo eu decolo
e te exploro
tá na hora
de viver.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
I'm Yours, Jason Mraz
no teu colo
eu imploro
estou cansado
de sofrer.
Lá fora eu moro
contigo eu decolo
e te exploro
tá na hora
de viver.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
I'm Yours, Jason Mraz
sábado, 12 de janeiro de 2008
Metapoesia
Eu não escrevo
o que penso
Quando penso
eu escrevo
eu sinto
depois apago
Tudo prospera
quando deixo
de pensar
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Trecho de "Poemas Inconjuntos"
Se eu morrer novo,
Sem poder publicar livro nenhum,
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
Peço que, se se quiserem ralar por minha causa,
Que não se ralem.
Se assim aconteceu, assim está certo.
Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
Porque as raízes podem estar debaixo da terra
Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir.
Alberto Caeiro
o que penso
Quando penso
eu escrevo
eu sinto
depois apago
Tudo prospera
quando deixo
de pensar
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Trecho de "Poemas Inconjuntos"
Se eu morrer novo,
Sem poder publicar livro nenhum,
Sem ver a cara que têm os meus versos em letra impressa,
Peço que, se se quiserem ralar por minha causa,
Que não se ralem.
Se assim aconteceu, assim está certo.
Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
Eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
Porque as raízes podem estar debaixo da terra
Mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
Tem que ser assim por força. Nada o pode impedir.
Alberto Caeiro
quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Paisagem
Isto aqui não é fotografia!
São somente pássaros, voando
E um sol reluzente, à tardinha
Ocaso sobre um mar, delirando
Pelas aventuras que continha
À espera de nuvens, espalhando
Cada nova estrela que nascia
Acho que isso não é fotografia
É paisagem e poesia, todo dia!
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
I´m Yours, Jason Mraz
Youtube
São somente pássaros, voando
E um sol reluzente, à tardinha
Ocaso sobre um mar, delirando
Pelas aventuras que continha
À espera de nuvens, espalhando
Cada nova estrela que nascia
Acho que isso não é fotografia
É paisagem e poesia, todo dia!
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
I´m Yours, Jason Mraz
Youtube
segunda-feira, 7 de janeiro de 2008
Código da Vida
A Dor e a Angústia
mesmo as maiores
quando arrostadas
acariciadas por nós
enobrecem a causa
que um dia qualquer
remeterá o prêmio
àqueles que amam e
perdoam o próximo:
Uma lágrima de pai;
Um sorriso de filho.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Uma pequena homenagem à obra Código da Vida, do Dr. Saulo Ramos (Ed. Planeta, 2007). Pouco saberá ele que ganhará distintos seguidores de sua paixão pela ética e pela cordialidade. Morreremos lutando por princípios, sem vender nossa alma!
mesmo as maiores
quando arrostadas
acariciadas por nós
enobrecem a causa
que um dia qualquer
remeterá o prêmio
àqueles que amam e
perdoam o próximo:
Uma lágrima de pai;
Um sorriso de filho.
Rodrigo Sluminsky
+++ Etecetera
Uma pequena homenagem à obra Código da Vida, do Dr. Saulo Ramos (Ed. Planeta, 2007). Pouco saberá ele que ganhará distintos seguidores de sua paixão pela ética e pela cordialidade. Morreremos lutando por princípios, sem vender nossa alma!
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