quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

Esperança

Esperança

Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano
Vive uma louca chamada Esperança
E ela pensa que quando todas as sirenas
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem
Atira-se
E
— ó delicioso vôo!
Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada,
Outra vez criança...
E em torno dela indagará o povo:
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes?
E ela lhes dirá
(É preciso dizer-lhes tudo de novo!)
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam:
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...

Mário Quintana


Por favor, leiam de novo! Leiam e releiam, quantas vezes for preciso. Mas não levem muito a sério não. Mário Quintana tinha uma maneira peculiar de animas as pessoas. Nas suas obras há poucos traços pessimistas, de poeta recuado. Dizia ele: "Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer".
Seguir em frente era uma obrigação para com o mundo, pelo que entendo. Notar as coisas simples, perceber que pouca coisa é perfeita e saber lidar com situações inesperadas são ensinamentos primários de Mário Quintana.

"Ou nos conformamos com a falta de alguma coisa na nossa vida ou lutamos para realizar todas as nossas loucuras (...) Quem não compreende um olhar tampouco compreenderá uma longa explicação".



+++ Etecetera

http://www.poiesis.art.br/

Dindi, Gal Costa & Tom Jobim

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